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É longa a história da arte homo-erótica. Retratada pelas mais diversas épocas e culturas, dos gregos e seus atletas, heróis e deuses, aos explícitos japoneses, é impossível fazer de conta que a homossexualidade é uma coisa recente.
Recentes sim, são os tabus tremendos que a acompanham e a deturpação das histórias e dos mitos da antiguidade.
Há uns tempos li um livro chamado Reis que amaram como Rainhas. Um retrato histórico bastante interessante sobre a homossexualidade ao longo dos tempos. Diz-se que no melhor pano cai a nódoa, e como tal a homossexualidade (que não é de todo uma nódoa mas sim uma característica, tal como é característica minha o meu cabelo dourado-acastanhado) sempre existiu e no seio de todos nós, nos mais variados sectores, nas mais variadas sociedades.
Tendo em conta toda esta história da arte homo-erótica e da sua existência ao longo dos tempos, não me afigura portanto, uma explicação para que de modo a evitar polémica uma companhia de seguros tenha cancelado uma exposição de João Pedro Vale, cuja temática era homossexual.
Para quem já ouviu falar de Provincetown, a exposição não é nada de novo.
Passo a explicar: esta terra nos EUA, é habitada por vários portugueses, celebrando-se com festas N.ª Sr.ª de Fátima, durante as quais podemos entre a animação encontrar várias bandeiras portuguesas suspensas por fios, intervaladas por bandeiras gay.
Naquele lugar, parece que o mundo é todo igual e que tabu é um vocábulo do passado.
Mas como não estamos em Provincetown, uma exposição sobre esta é, por cá, um tabu e portanto leva ao seu cancelamento.
Neste país, arte explicitamente erótica não choca ninguém, mas toalhas com stencils a dizer "Legalize Butt Sex" são polémicas.
Enfim, estamos em Portugal, o país no qual directores de semanários ridicularizam os gays e P-town é a Sodoma e Gomorra do séc. XXI.
Vá lá que a Vénus de Willendorf já tem alguns aninhos...