O Presidente da República criticou, recentemente, a excessiva exposição do futebol profissional português a estrangeiros. Há quem, nas redes sociais, tenha aproveitado o mote para agregar à crítica do Presidente a petição em circulação da JSD sobre “Afirmação e Valorização do Jovem Atleta Português”, de que nos falou a Beatriz. 

Para mim a distinção é muito clara. A petição da JSD reclama sobretudo oportunidades para os jovens portugueses nos escalões de formação para que possam desenvolver as suas qualidades desportivas. Não podia estar mais de acordo, ainda que não me reveja a 100% no principio como já tive oportunidade de manifestar no post da Beatriz. No entanto, faz todo o sentido esta petição no âmbito da estratégia da JSD na promoção de hábitos de vida saudável. E é de salutar esta estratégia. 

Por outro lado, o que defende o Presidente da República é, a meu ver, condenável. O Presidente lamenta um caso de abertura aos mercados e à globalização na economia portuguesa. Esta abertura está, aliás, na base do sucesso que as equipas portuguesas vêm conquistando nas competições europeias e que, em última análise, lhes proporciona uma boa fonte de rendimento quer na transacção de jogadores, quer nos prémios pela participação nessas competições. Como diz, e bem, a Beatriz o futebol é uma indústria e, como tal, rege-se pelas regras da concorrência e da competitividade num mercado global. Não podemos passar a semana a defender a competitividade da economia portuguesa, as exportações e a abertura aos mercados e o fim-de-semana a defender medidas protecionistas... É querer o Sol na eira e a chuva no nabal...

Adenda: defender que há excesso de estrangeiros é, no mínimo, indecoroso. Isto, para evitar entrar no coro que acusa o Presidente de xenofobia. Não creio que seja o caso.