CSI Madeira
Assistir à história da dívida da Madeira é como assistir a uma má série televisiva sobre criminologia forense. O principal suspeito, nervoso por estar de alguma forma envolvido, é interrogado através de jogos psicológicos pouco elaborados e previsivelmente revela tudo o que sabe, dando desculpas esfarrapadas e desviando a atenção para um surreal suspeito. O final é sem acção e emotivo ao extremo como qualquer telenovela sul-americana. O espectador lá em casa, sentado no sofá com as suas expectativas desfraldadas, já esperava este final desde que o genérico passou.
Sexta-feira Alberto João Jardim negou a existência da dívida oculta da Madeira. Sábado à noite, num daqueles comícios old-school, não só sabia da dívida, como ainda a escondeu em “legítima defesa” da ilha. Como o Continente cortou o financiamento através da lei das finanças regionais e estavam previstas previa sanções se continuassem a gastar mais do que o possível, a Madeira não tinha outra alternativa se não esconder “o jogo todo” do governo socialista.
Porquê? “(…) não nos autorizavam a fazer dívida” e "que ia pôr tudo parado e deixar tudo interrompido".
Culpados? Sócrates, o Teixeira dos Santos e de Maximiano Martins (ex-deputado do PS e actual candidato à Presidência do Governo Regional).
Final da história? Bem podiamos mudar de CSI para Você Decide...