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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

All eyes on Syria

Essi Silva, 23.02.12

 

 

 

Marie Colvin percorrera já muitos cenários complicados na sua carreira jornalística exemplar. Foi modelo para muitos e a sua última peça merece a atenção de todos. (e segundo o NY Post a sua morte foi intencional - apesar da negação do regime de Assad)

 

O facto é que a Síria tem merecido um olhar atento da comunidade internacional. Há quem pense que deverá ser um loop do que se passou no Líbano - não só Clinton abana a cabeça à analogia, como esta é errónea.

 

Defender os civis é uma preocupação clara, mas intervir é um risco. E é um risco não só pela localização geopolítica perigosa da Síria - com possíveis repercussões sobre a Turquia - que partilha 900km de fronteira - já preocupada com a situação, ou Israel, bem como o Irão e os países do Golfo; mas sobretudo porque o vazio que poderá suceder a Assad implica um perigo radicalmente diferente do líbio, com um back-fire devido a um potencial envolvimento de sunitas e do Hezbollah, que já pressiona suficientemente Israel.

 

De um lado, a jihad tem-se preparado ao apoiar a oposição ao regime, de outro, os aliados de Assad como o Irão, a China ou a Rússia têm enviado delegações e feito movimentos armados preocupantes. Conflitos com estes três países são um risco level 5.

Aliás, fervilhar da situação do ponto de vista internacional adensou-se com o veto por parte da China e Rússia a uma moção do Conselho de Segurança da ONU, que pedia um refreamento de Assad, o que lhe deu conforto para bombardear e recuperar território perdido.

Só na passada Terça-feira contavam-se 30 mortos.

Aparentemente, a única solução a adoptar será a de, por um lado os países ocidentais pressionarem e oferecerem ajuda humanitária, por outro os demais Estados opositores, sob a égide da Liga Árabe, a preparar uma resolução, armarem os rebeldes.
Infelizmente, a memória histórica é curta. Também se armaram os afegãos e deu no que deu.

A comunidade internacional, a meu ver, só deve assistir humanitariamente, com o mínimo de intervenção militar possível. Há que respeitar a soberania, conceito esse, que com crises do euro e comunidades e organizações e etc., é um conceito profundamente manietado.