All eyes on Syria
Marie Colvin percorrera já muitos cenários complicados na sua carreira jornalística exemplar. Foi modelo para muitos e a sua última peça merece a atenção de todos. (e segundo o NY Post a sua morte foi intencional - apesar da negação do regime de Assad)
O facto é que a Síria tem merecido um olhar atento da comunidade internacional. Há quem pense que deverá ser um loop do que se passou no Líbano - não só Clinton abana a cabeça à analogia, como esta é errónea.
Defender os civis é uma preocupação clara, mas intervir é um risco. E é um risco não só pela localização geopolítica perigosa da Síria - com possíveis repercussões sobre a Turquia - que partilha 900km de fronteira - já preocupada com a situação, ou Israel, bem como o Irão e os países do Golfo; mas sobretudo porque o vazio que poderá suceder a Assad implica um perigo radicalmente diferente do líbio, com um back-fire devido a um potencial envolvimento de sunitas e do Hezbollah, que já pressiona suficientemente Israel.
De um lado, a jihad tem-se preparado ao apoiar a oposição ao regime, de outro, os aliados de Assad como o Irão, a China ou a Rússia têm enviado delegações e feito movimentos armados preocupantes. Conflitos com estes três países são um risco level 5.
Aliás, fervilhar da situação do ponto de vista internacional adensou-se com o veto por parte da China e Rússia a uma moção do Conselho de Segurança da ONU, que pedia um refreamento de Assad, o que lhe deu conforto para bombardear e recuperar território perdido.
Só na passada Terça-feira contavam-se 30 mortos.
A comunidade internacional, a meu ver, só deve assistir humanitariamente, com o mínimo de intervenção militar possível. Há que respeitar a soberania, conceito esse, que com crises do euro e comunidades e organizações e etc., é um conceito profundamente manietado.