O maior assaltante de sempre
Se o Governo/Estado fosse um comum mortal, um cidadão, e se apropriasse de algo que não é, de direito, seu, haveria a necessidade de contextualizar o crime como furto ou como roubo. A distinção principal entre estes dois, é que o segundo exige que a subtracção da coisa alheia seja feita através de violência ou ameaça à integridade física, de modo a impossibilitar resistência.
Portanto, se o Estado fosse um cidadão, o que estaria a fazer neste momento, seria um roubo. Mas como estamos numa crise, que se lixe tirar aos outros o que é seu e para o qual trabalharam, vamos lá levantar o país. Ladrões são só os outros, o Estado nunca rouba.
Por achar que as coisas estão a ficar demasiado gravosas e sérias para desculparmos tudo em nome da crise, vou chamar ao Estado ladrão, sim. Quando nos pede mais impostos, quando recebemos cartas das finanças com valores absurdos e irreais de aplicações de taxas fiscais a rendimentos que não temos, quando nos tenta tratar a nós, cidadãos, como burlões.
E ao que parece, não são só os manifestantes de esquerda que concordam comigo. Até Marques Mendes ontem, acusou o Governo de fazer um "ataque à mão armada". Se isto não é chamar ladrão ao Estado e a quem por e para ele decide, então não sei o que é.