The times they are a Changin'
Se acreditamos que suspeitas podem não passar disso mesmo, de suspeitas; porque vivemos num Estado de Direito e afinal de contas, existe algo chamado presunção de inocência, não estaremos a leva-la muito a peito?
A Europa é, quase na sua íntegra, composta por verdadeiros Estados de Direito. Mas algo se sobrepõe a essa presunção de inocência, às acusações de quem é suspeito e de quem suspeita. Chama-se ética, meus caros. E Europa fora, este tipo de cenários acaba em pedidos de demissão.
Até podia citar Sá Carneiro, mas deve ser desnecessário.
O que se anda a passar neste país, sistematicamente, com processos a serem chocantemente esquecidos, com jornalistas a agirem como órgãos de policia criminal e magistrados do MP a cederem informações privilegiadas porque estão apaixonadas por burlões, é sinónimo de decadência.
Suspeitas não passam de suspeitas. Os jornalistas têm o direito e o dever de informar, mas não devem comportar-se como polícias. E os polícias/tribunais têm de fazer o seu trabalho.
E os políticos, bem esses devem ter alguma vergonha na cara e reconhecer quando não estão em condições de ocupar o lugar de importância que o povo lhes deu.
É uma questão de integridade e é essa que deve ganhar votos ou a simpatia do eleitor.
“The most important persuasion tool you have in your entire arsenal is integrity.”
Reinterpretando as palavras de Zig Ziglar - autor e conferencista - é preferível um político perder o cargo por sentir que precisa de demonstrar que é integro, que esperar que os amigos na esfera judicial abafem o caso, mantendo um clima de desconfiança, por o seu ego, orgulho e ambição superarem a integridade.
E estas palavras aplicam-se a todas as ideologias, mas especialmente a uma como a nossa, com os ensinamentos de alguém como o nosso fundador.