As portas que Portas abriu
Quando Portas urdiu a estratégia das reservas do CDS face às políticas de austeridade, criando a ideia de uma possível quebra da coligação mais não fez que abrir, sem o saber, caminho ao descrédito local e regional do seu partido.
No Porto, a recusa em apoiar Menezes, que eu compreendo (quem fez política ao lado de Rio terá dificuldades em alinhar com o estilo tão diferente) motivou frases como "o povo está atento para aqueles que não são solidários, para aqueles que não são leais e sobretudo para aqueles que querem fazer política estando ora um dia com uns, ora um dia com outros" (ver link).
Na Madeira, a saída do CDS do grupo Pacto pela Democracia teve a seguinte acusação: "Os partidos não podem fazer da sua acção política um mero conjunto de palavras vãs e hipócritas nem tão-pouco irresponsavelmente rasgar a palavra dada, o compromisso assumido e assinado" (ver link).
Com ou sem razão, estas críticas colam.
Com ou sem crédito dos acusadores, os acusados (dirigentes centristas) tão depressa não se livram das brasas.
Portas quis abrir um postigo para o seu futuro mas escancarou a porta ao descrédito do Partido.