PCP perde o único activo que lhe restava
O respeito. O respeito que muitos nutriam pela sua coerência. O PCP podia ter uma visão errada da sociedade e estar perdido na história. Mas pelo menos era coerente. E depois saiu esta notícia referida aqui.
O grave desta notícia de que o PCP vai despedir pessoas é que vai contra tudo o que ele vem defendendo nos últimos anos. O PCP vai deixar pessoas na miséria, as suas famílias vão ter de fazer austeridade e tudo isto para quê? Face ao que defende para o Estado, várias questões exigem resposta. A saber:
- O PCP despede porque é obrigado, os outros despedem porque são demónios?
Qual é a diferença entre o PCP e o Grande Capital? - Porque não um banco de horas, em que os funcionários ficam sem fazer nada mas a receber?
Porque não adopta as mesmas medidas que impõe ao Estado? Serão cidadãos de 2ª? - Porque é que o PCP paga a quem ele deve, esses usuários?
Porque é que o PCP não dá prioridade aos trabalhadores? Quando foi que mudou? - "Uma efectiva contenção (...) nalguns casos de estrutura" quer dizer o quê?
Alexandre Araújo usa agora linguagem nebulosa típica do patronato? Quando foi que mudou? - Se o PCP resolve os seus problemas de financiamento despedindo pessoas, porque não podem os órgãos da administração local, que eu sei que muitos estão a definhar por estarem presos a despesas com pessoal superiores a 75% do Orçamento - em clara violação da Lei das Finanças Locais, que fixa o máximo de 50% - resolver o problema da mesma forma? Onde está a coerência?
Que o PCP é um partido retrógrado e sem qualquer noção de economia, já eu sabia.
Agora que desbarata assim a sua coerência e destrói famílias por obediência à austeridade, é que é novo para mim.