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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

Nas autárquicas, a Culpa, não é a Tia solteirona - II

Essi Silva, 04.10.13
Um outro factor, consistiu no processo de formação da Concelhia + Núcleos de Lisboa. A minha família filiou-se numa secção na qual existia discussão política. Iniciativas. Jantares ocasionais, que ajudavam a fomentar essa mesma discussão. Ninguém num partido para o qual paga quotas, gosta de receber chamadas e missivas, só em período eleitoral interno. Os militantes de Lisboa não servem só para pagar e votar. E a iniciativa que um grupo proveniente, salvo erro, da ex-secção G, tem promovido através de discussões semanais de política, deveria partir da Concelhia. Promovendo igualmente sessões de esclarecimento com membros do Governo, autarquias, etc.

Na secção B, lembro-me de ver Paula Teixeira da Cruz argumentando a favor da EMEL. Lembro-me dos jantares de militantes na Ti Lurdes. A minha avó sabia quem era o António Prôa ou o Gonçalo Sampaio. Porra, até sabia quem era o Carlos Carreiras antes de saber que era autarca! Se eu lhe falar num Mauro Xavier ou num Miguel Pinto Luz, ela vai olhar para mim como se eu falasse chinês. E qualquer dia, não vai perceber o chinês, quando lhe implorar que vá exercer o seu direito e dever enquanto militante. Ela tem 80 anos e não é estúpida.

Não tratem os militantes como se fossem estúpidos.

Mas no final, a outra coisa que fez igual diferença e pegando nas minhas palavras iniciais, foi o candidato. Depois de um processo tortuoso para se assegurar que a candidatura de Fernando Seara era possível, mesmo tendo noção que era para perder, ao menos que se fizesse uma campanha séria, como a de Santana - Santana Lopes, volta! Estás perdoado!

Vi a campanha em Alvalade e no Areeiro, ainda que de alguma distância. Ouvi relatos. E nunca vi uma coisa tão MÁ. O candidato parecia confiante numa vitória, parecendo que nos fazia um favor. Os percursos de campanha não faziam sentido nenhum. Uma arruada de 400m às 11.30 da manhã, ou às 20h, em zonas de idosos, não resulta! Em especial com esta conjuntura!

Nem o cancelamento de arruadas quando chove. Nem tampouco o modo arruada express, com uma cara - e atitude - de TIREM-ME DAQUI!!!. (Se maior parte dos militantes já está em modo Offline, os poucos, que não estão cá pelo tacho, se ainda não estavam, já passaram para o outro lado.) E o programa? Que pânico. Se as cores de campanha não ajudavam a distinguir Seara e Costa, as ideias muito menos.

Investi o meu escasso tempo por amor à camisola e ideia de serviço público. Mas caramba, amor à camisola não deveria significar falta de amor próprio!

No fim, tenho de dar razão à minha afilhada de 18 anos, quando diz que o PS não ganhou por mérito, ganhou sim pelo nosso demérito. E isso, só nos torna ridículos.