Um Sonho para os que ficam...

A desilusão com a anulação foi geral. Os pilotos não esconderam a sua frustração, João Lagos (o responsável pela organização portuguesa) mostrou-se preocupado com a reacção dos parceiros e com o futuro, as autarquias envolvidas ponderam pedir indemnização pelos valores investidos.
Já o Ministro do Turismo da Mauritânia desconfia… Acha que as ameaças da Al-Qaida são pouco credíveis, garante a segurança, fala de dois mil militares e dois mil civis disponíveis para garantir a segurança da prova no território. Mas a declaração que mais me chamou a atenção foi esta: “A melhor forma de combater o terrorismo é enfrentá-lo”. Diz ainda o senhor Samb Ba Madine que “o Rali é um símbolo e os símbolos devem ser consagrados. E a melhor forma de o fazer é enfrentar quem os desafia”.
Não sou fundamentalista da guerra contra o terrorismo. Mas sinto que se o Dacar fraquejou este ano, depois de ter uma história de enfrentar perigos, instabilidade política em território africano, assaltos, raptos, entre outros, a verdade é que – em coerência – muito dificilmente voltará a realizar a prova nos próximos anos. Não se antevê uma mudança milagrosa no espectro político dos países africanos por onde a caravana passa nem um abrandar da actividade terrorista. Que eu saiba…
E os psicóticos e psico-amigos, adiavam?
“Um desafio para os que vão; um sonho para os que ficam”
Thierry Sabine, inventor do Rali Dacar