O Homem-Bomba

Hoje li declarações de LFM a chamar “mandante do terrorismo interno” a Ferreira Leite. Quando lhe pediu ajuda para derrubar Mendes e ser sua Presidente de Mesa já não achava o mesmo. Ferreira Leite não mudou em nada, a visão de LFM é que vai “evoluindo”…
Todos sabemos das críticas que LFM fez a Mendes devido ao prazo das directas. Menezes quis encurtá-los (sendo agora obrigado a recuar). De quanto tempo será a memória de Menezes? Uma semana? Dois dias? Cinco minutos?
São tantas e tão disparatadas as conferências de imprensa que o PSD de Menezes convoca que há jornais que já enviam estagiários para nos ouvir. A gota de água foi o caso Câncio.
E quando lavou as mãos no caso Somague? Onde está a solidariedade de assumir os erros do passado? Onde está o sentido de Estado?
E que dizer dos regulamentos novos? Eu sabia que o património de credibilidade estava em risco com a eleição de Menezes…
O nosso grupo parlamentar, já liderado por Santana, propôs uma mudança na gestão escolar, Menezes classificou-a de “um absurdo”. Se conhecia a proposta e não gostava, como permitiu que a apresentássemos? Se a desconhecia, que tipo de declaração foi aquela? Um puxar de tapete falhado ao líder parlamentar?
Menezes fez “carreira” para líder segundo a regra: tenho de dizer o contrário de Mendes em tudo! Tramou-se. Passado dias estava num dilema: manter o que dizia mesmo que isso significasse ter opinião igual à de Sócrates ou desdizer-se para ter elementos diferenciadores do PM. É o que acontece a quem tem opiniões baseadas em oportunismo e não em convicção.
Aconteceu isso logo na discussão do novo Tratado, em que “obrigou” o partido a mudar de opinião e defender ratificação parlamentar. Lamentável. Há défice de conhecimento europeu e o cavalheiro alinha com um PM que pretende manter as coisas assim!
Filipe Menezes terá dito que só sairia à bomba. Tinha razão. O que ninguém sabia era que a bomba era o próprio. Explodiu-se. Veremos que a insensatez chega ao ponto de o tentarem ressuscitar.