Futebol Industrial
Como provou o Euro 2004 entre nós, o futebol pode ser encarado como uma grande festa, que se traduz num elemento de agregação social e de união nacional, onde "as pessoas vão à bola para se divertirem e puxarem pela sua equipa".
No entanto há quem encare o futebol profissional de um prisma diferente. Fernando Santos, à semelhança de muitos, diz-nos que o "futebol de hoje é muito mais do que um espectáculo. Trata-se de uma autêntica indústria".
Este mister nacional tem toda a razão. Os casos de negócios em torno de jogadores, de empresários, dirigentes, clubes, federações e patrocinadores têm feito correr muita tinta na imprensa, muitas vezes pela suspeita de ilegalidades e também, pelas "loucuras" orçamentais que estão associadas a toda a actividade.
Esta natureza mercantil que o futebol profissional hoje assume é claramente contrária ao espírito desportivo e saudável, que deveria ser cultivado. Será que existe mais alguma forma, para além do velhinho slogan do "fair play", que devolva à sociedade o verdadeiro âmago do futebol?