Regulação, também se globaliza?
A globalização tem sido liderada por ocidentais aventureiros e empreendedores.
Começou com a revolução nos transportes.
Mais tarde, a revolução nos meios de informação teve um impacto, ainda maior na sua difusão.
As revoluções desencadeadas têm tido em comum o facto de terem permitido unir pessoas, mercadorias, serviços e ideias a pessoas, empresas e instituições.
Talvez comece a ser tempo de se conjecturar a hipótese de uma outra revolução, que exija que os governos colaborem para servir os seus cidadãos num mundo cada vez mais competitivo e interdependente: a revolução na regulação, de modo, a facilitar o movimento de capital e recursos. Dos líderes europeus e americanos aproveitarem esta oportunidade para estreitarem parcerias em matéria de regulação e concorrência. E, de o fazerem com a mesma criatividade, dedicação e cooperação que os seus antecessores.
Durante séculos, o capital, a tecnologia e os serviços têm fluído, a um ritmo crescente, de forma horizontal – alinhando com o principio da economia de mercado de Adam Smith, a teoria da vantagem comparativa de David Ricardo e a ideia de destruição criativa de Joseph Schumpeter. Os mercados, tecnologias e empresas são, por natureza, horizontais. E é esta ideia de comércio internacional que está na base da experiência europeia
As sociedades mais ricas, distinguem-se, normalmente, por terem sistemas de regulação eficazes. Um dos elementos chave para liderar a competitividade no século XXI será a capacidade e intensidade com que Governos, que funcionam com estruturas verticais, em articulação com as suas indústrias, transitem para regulação “horizontal”, normas e regulamentos internacionais. Preservando, todavia, um tecido competitivo saudável, no mercado interno. Mais que as tarifas, as normas e regulamentos serão os verdadeiros obstáculos ao comércio internacional do século XXI. A recente crise financeira revelou falhas nesta matéria que podem ser entendidas como um alerta de que Politicas de Regulação “inteligentes” são um dever.
Será possível, ou fará sentido, acelerar o ritmo da cooperação transatlântica em matéria de regulação, para que UE e US continuem a liderar num mundo cada vez globalizado?