Razão em Bloco
Custa-me dizer isto, mas o Bloco tem razão. Não aparecer para curvar a coluna perante o excelso líder angolano não é mais um pretexto mediático, mas um imperativo moral. Já sabemos que tipo de generalidades vão ser repetidas amanhã: "como é difícil instaurar o regime democrático num país que atravessou tantas dificuldades", ou "o processo democrático segue imparável e, cada vez mais, recomenda-se".
Tudo para quê? Para que a Real Politik siga o seu caminho e os nossos problemas possam ser amenizados pelas miragens paradisíacas dos recursos naturais de outros. E os direitos humanos? E as atrocidades cometidas nas décadas passadas? E as mais recentes eleições? E os negócios duvidosos de tantos?
Isto é a velha forma de fazer política, os nossos governantes não se enxergam nem entendem que a bitola dos líderes é diferente, é a de ousar onde outros se acomodam, é a de ir à frente quando outros puxam para trás, é a de falar verdade onde outros usam discursos redondos. Quem tem razão, tem-na sempre e não a faz depender das circunstâncias. Os grandes homens da história souberam liderar e, bem ou mal, marcaram um rumo.
O que temos nós? Uma cambada de células amontoadas em forma de pessoa e que se desintegram perante qualquer adversidade.
Numa coisa concordo com Salazar, (ainda que ele o não tenha dito neste sentido) prefiro ser "pobre mas feliz", do que ser rico, remediado ou acomodado mas servil.
Pela minha parte recuso ser colonizado pela mediania do yes man.