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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

VITÓRIA DE PEDRO RODRIGUES, VITÓRIA DA JSD!

João Lemos Esteves, 23.08.09

 

                        

Já neste Verão, escrevi aqui que, não obstante os inúmeros méritos de Pedro Rodrigues, a sua liderança iria ficar marcada pela capacidade (ou falta dela) de impor a presença da JSD nas listas às legislativas. E, desfazendo os equívocos que sempre surgem quando se aborda esta matéria, referi que esta não é uma visão numérica ou aritmética da política, mas um facto incontestável: sem representação, é difícil colocar em prática ou condicionar a execução de um projecto político. 

 

Elaboradas que estão as listas, qual é o balanço?

 

Só pode ser um: vitória em toda de linha de Pedro Rodrigues. De facto, só por má fé ou cegueira política completa, se pode afirmar o contrário. De uma situação de carência de representação(como na actual legislatura) à possibilidade de ter 17 deputados da jota, sendo que 12 estão praticamente garantidos, é um feito assinalável. Os mais puritanos poderão dizer: "ah!, isso não interessa nada. Não interessam os lugares. Este post faz a apologia dos jogos políticos, das jogadas de bastidores". Tudo isto é verdade - por isso, é que a acção da Comissão política nacional, personificada no líder Pedro Rodrigues, é uma dupla vitória: não só conseguiu garantir a presença em força da JSD nas listas do Partido, como essa presença não deriva de meras negociatas políticas, de troca de lugares, mas sim do reconhecimento por parte do partido do trabalho político que a jota tem desenvolvido, desmistificando a propaganda socrática, propondo, sugerindo, criando. E inovando. O partido percebeu que a JSD não serve só nem principalmente para agitar bandeiras ou colar cartaxzes. O partido percebeu que a JSD não subtrai, não diminui - pelo contrário, aumenta a força do PSD, aumenta as valências do projecto político social-democrata.

 

Julgo, assim, que Pedro Rodrigues entra para a história dos presidentes da jota com mais relevo - e não é pelos lugares, mas antes pelo seguinte: Passos Coelho e Pedro Duarte são hoje respeitados e recordados porque souberam adoptar a JSD às circunstâncias do tempo em que a lideraram. O primeiro, autonomizou, deu vida própria à jota no tempo em que o PSD tinha maioria absoluta; o segundo, deu-lhe consistência programática. Ora, Pedro Rodrigues agilizou a acção política, teve a argúcia de entender que os meios de acção política são hoje completamente diferentes do que eram há poucos anos e tirou proveito disso. Aliás, Pedro Rodrigues é um político interessante - é um político de equilíbrios: não deslumbra, mas envolve e cativa; não sendo uma sanguessuga mediática, é contido mas certeiro e eficiente; não é brilhante do ponto de vista oratório, mas é bem falante , timbre adequado e persuasivo. Certamente, que dará muito ao partido e ao país no futuro...

 

Concluindo, num país em que se critica tudo e se apontam sempre os defeitos , a JSD deve dar o exemplo e ter a humildade de elogiar quando há motivos justificados para tal: Pedro Rodrigues e a CPN estiveram muito bem! Há que prosseguir o bom trabalho...

         

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