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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

DEBATE Louçã+ Jerónimo de Sousa = ABORRECIMENTO!

João Lemos Esteves, 03.09.09

 

                                           

O debate, por efinição, é uma contraposição de ideias por parte de dois intervenientes com visões diferentes sobre o país. Ora, dizer que houve debate entre Louçã e Jerónimo de Sousa seria uma piada: os dois apresentaram as suas ideias (ou melhor, os seus dogmas à boa moda esquerdista) como se o outro não estivesse lá. Difícil para mim é perceber qual a utilidade deste debate: haveria necessidade em prol de um pseudo escrúpulo democrático? Porque não uma entrevista separada a Louçã e Jerónimo de Sousa? 

 

Só encontro um adjectivo para qualificar o proto-debate de hoje:entediante (ou, numa versão mais corrente, uma valente "seca").  Politicamente, apenas três pontos merecem ser salientados:

 

1.º - Jerónimo de Sousa completamente apagado por Louçã. O líder dos comunistas tem medo do Bloco, nota-se que se sente desconfortável frente a Louçã. E percebe-se porquê: a mais valia de Jerónimo é a sua simpatia, o seu ar afável, que funciona bem quando o seu opositor tem um estilo agressivo, combativo (como Sócrates) ou assertivo e firme (como Ferreira Leite). Mas funciona muito mal quando o seu opositor é um picareta falante como Louçã, que só diz aquilo que as pessoas querem, com aquele ar de menino bem comportadinho. Este debate só claramente desvalorizado por Jerónimo de Sousa, dado a sua apatia, intervenções amorfas... Jerónimo a falar era um verdadeiro convite para sintonizar as telenovelas da TVI.

 

2.º- Por muitas explicações que haja, por muitas teorias e teoremas, a força do BE resume-se a uma personagem: Francisco Louçã. É o maior e mais eficaz demagogo da política nacional desde há muito. A esquerda encontrou nele o seu verdadeiro messias. Tem o ar, a clareza, a capacidade oratória do professor Universitário, com a verbe, o descaramento populista, a demagogia barata dos extremistas de esquerda. Um verdadeiro vendedor de ilusões, cuja força reside no descontentamento dos portugueses em relação ao sistema político e ao estado actual da nossa democracia.

Com outra pessoa, o BE não chegava aos 10%

 

3.º - A Esquerda vive num mundo de fantasia. Jerónimo de Sousa não consegue adaptar o discurso à nova realidade, ficou preso algures entre a União Soviética e o PREC. Louçã acredita através das leis o Estado muda a sociedade, muda a natureza dos homens. Até é estranho que um professor de Economia diga que é inconcebível que os empresários visem o lucro quando há pessoas que enfrentam o desemprego. Mas o desemprego deve-se aos empresários, que investem, arriscam e criam emprego? Aconselho Louçã  a reler Adam Smith - o nosso desejo de alcançar o sucesso individual acaba por beneficiar toda a sociedade. Professor Louçã, por que não um pouco mais de honestidade política (e mesmo intelectual)?  

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