Refiro-me àquelas medidas que nos são apresentadas dentro de um bonito embrulho, num formato muito apelativo, quase sempre acompanhadas por um nome sonante previamente estudado e que são estrategicamente colocadas num lugar de destaque (até nisso se assemelha ao lugar que as pastilhas elásticas ocupam nos locais de venda). No entanto, quando se abre a caixa, depara-se com uma medida que carece em absoluto de estratégia e de visão futura, momento em que se constata que o conteúdo não corresponde à forma.

 

Grande bandeira deste Governo são as tão pomposamente denominadas “novas oportunidades”. Pode ser paradoxal, mas nem são novas, nem são oportunidades. No entanto, confesso, é um nome grandioso e quase chega a convencer... Mas a realidade é diferente. Não existirem quaisquer vantagens no mercado de trabalho para quem completa este programa. Onde é que estão as estatísticas das verdadeiras oportunidades que o programa criou?! Talvez o aumento da taxa de desemprego de 6.7% para 9.3%?

 

Outra situação que nos foi muito bem presenteada foi o "Dossier Magalhães", que deu ao Primeiro Ministro a oportunidade de se revelar num proeminente Director Comercial de uma empresa privada.

 

Assustador é o facto de “chicletes” se terem transformado numa forma de governação, visível na resolução apenas momentânea de problemas sociais; na esperteza com que se adiam problemas como a sustentabilidade da segurança social ou a morosidade da justiça; na utilização da publicidade de grandes investimentos públicos para que este Governo faça boa figura hoje, mas sem se ter em consideração os encargos que daí advêm para o dia de amanhã. Trata-se da escolha deliberada da gratificação de curto prazo em troca de prejuízos no longo.

 

Já provámos o sabor estragado da governação “chiclete”, já mastigámos os erros, as mentiras e a falta de visão do desgoverno que é o actual governo do PS. Chegou a hora de deitar fora!