Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

A (excessiva) RELEVÂNCIA DA FRASE DE PEDRO RODRIGUES

João Lemos Esteves, 18.09.09

                       

 

é bem um sinal da cobertura feita pela comunicação social da presente campanha eleitoral. Jornais de referência destacaram-na. Telejornais reservaram peça autónoma com pivot a destacar Pedro Rodrigues como nunca antes. Mas, afinal, o que disse Pedro Rodrigues? Isto: Sócrates, enquanto primeiro-ministro, teve o mesmo padrão de exigência na sua governação e na política de educação que já adoptara nos seus meritórios(?!) estudos académicos na consagrada Universidade Independente. E depois, qual é a novidade? Um exemplo elucidativo de uma notícia" não notícia". Não há nada que justifique tanto alarido. Pedro Rodrigues já referiu esta frase vezes e vezes sem conta. E o objectivo do presidente da JSD foi tão só recorrer a uma figura de estilo (comparação) para mostrar o estado em que Sócrates deixa o país e a educação - só mediatamente pretende atingir Sócrates. Nunca passou pela cabeça de Pedro Rodrigues que iria ter a projecção mediática que teve! 

 

Até porque estou certo que um jovem político tão sensato, tão inteligente como Pedro Rodrigues não iria cometer o erro de levantar ,com o objectivo de desencadear  efeitos políticos imediatos, a questão da licenciatura (volvidos quase três anos do seu conecimento). Até porque, como nos recordamos, os portugueses ligaram muito pouco ao caso da licenciatura - Sócrates, nesse período, manteve-se sempre nos píncaros da popularidade, muitos até caíram no jogo de vitimização do Primeiro-Ministro. Ou seja, o caso da licenciatura é politicamente pouco pagante, inútil na óptica do PSD. Se o líder da JSD quisesse efectivamente ferir Sócrates, teria pegado no Freeport ou feito uma consideração crítica geral sobre o carácter do Primeiro-Ministro. 

 

Terá este episódio algum efeito político importante? Não, é para entreter face ao vácuo noticioso da campanha. Os jornalistas querem que a campanha seja uma tourada e tudo serve de pretexto para atiçar a fera (que está muito mansinha). Curiosamente, a frase de Pedro Rodrigues apagou ligeiramente o caso da compra de votos em Lisboa e, nesse sentido, acabou por ser positivo para Ferreira Leite (como manobra de diversão). No entanto,em termos de imagem das jotas, foi mau - ainda há pouco, ligou-me colega a protestar contra a campanha sempre negativa, "bota-abaixista" das jotas (que naturalmente não é verdade). Resumindo: foi um episódio de campanha sem importância nenhuma. Eu não faria essa referência neste momento, mas compreendo a intenção de Pedro Rodrigues. 

4 comentários

Comentar post