No próximo domingo terá lugar em Belgrado uma parada de orgulho gay.

Na Europa ocidental estamos habituados a tolerar as minorias sexuais mas no espaço pós-comunista, de Moscovo a Bucareste, de Varsóvia a Belgrado, essa tolerância ainda se encontra em construção.

Em Belgrado, as autoridades autoritárias da Jugoslávia, querendo marcar pontos em legitimidade nacionalista, nunca o permitiram, e desde o advento da democracia a única que foi organizada foi dissolvida por protestantes de extrema-direita. É verdade que as autoridades não foram previdentes e que os organizadores não estavam coordenados, mas a verdade é que tal experiência demonstra que as mentalidades ainda têm muito que mudar na Europa central e oriental.

A contrastar com o superior nível de segurança em relação a Portugal e à Europa ocidental, soube hoje por testemunhos indirectos que houve confrontos entre Sérvios e estrangeiros depois de um jogo de futebol. Isto não é estranho pois de facto, muitos dos movimentos de extrema-direita socorrem-se das claques de futebol como cobertura legal e pólo agregador de actividades intolerantes.

Ocorre-me que a escolha da intolerância para com outrem é tão arbitrária como a escolha de clube de futebol para apoiar…

Domingo estarei na parada gay e terei mais a reportar. Desejem-me sorte!