Sobre o "controlo público", "gestão pública", "responsabilidade pública". Ou, simplesmente, "nacionalização".
Tenho uma costela comunista muito grande. Digo sempre que é, de longe, a ideologia mais bonita - mas completamente impraticável, num mundo real.
Temos vindo a ouvir falar de privatizações e nacionalizações com mais intensidade nestes últimos tempos, via PCP e BE, que defendem, com maior ou menor intensidade, a nacionalização de quase tudo: da banca, seguros, energia, transportes, comunicações, …
O Expresso publicou, no passado fim-de-semana, uma notícia em que nos diz que “nacionalizar a banca e os sectores estratégicos das telecomunicações, energia e infra-estruturas custaria ao Estado €51 mil milhões, quase um terço da dívida pública (€129,6 mil milhões) e 67% da despesa pública total inscrita no Orçamento do Estado de 2009 (€76,2 mil milhões).”
Eu não defendo a nacionalização de grande parte dos sectores.. a concorrência, apesar de imperfeita, é muito positiva, e não sou muito a favor de monopólios. Mas também não vejo a questão como um qualquer monstro.
A questão que ponho é, simplesmente: o que muda com a nacionalização do que quer que seja..? E de que modo é isso positivo..?
Fará algum sentido privatizar algo onde não há concorrência..? Não devem os sectores onde não há qualquer alternativa, como a energia (só há uma linha de electricidade), ou a água (a canalização é só uma) estar sobre gestão pública, de modo a imperar o interesse público..?
Pagamos mais 23% pela electricidade do que os espanhóis. Facto. A nacionalização do sector energético mudaria alguma coisa..? E nos outros sectores, faz sentido..?