Manifesto Anti "Comunicadores"
Muitos há que depois da derrota de Manuela Ferreira Leite nas legislativas do passado Setembro, defendem que ainda que a "mensagem estivesse correcta" a sua "comunicação" ao público Português falhou.
Não é preciso no entanto, falar no presente. Desde há muitos anos que muitos quadros social-democratas seguem embevecidos a ascenção política de Paulo Portas, admirando as suas capacidades de "comunicação".
Muitos há que defendem que no PSD, Portas há muito que teria chegado a PM.
Esses muitos porém, preferem esquecer-se do custo dos dons de oratória e retórica combinados com a dose certa de demagogia.
Por um lado a liderança carismática e unipessoal levou ao exílio de vários dissidentes (PND, desfiliações recentes) e por outro, o CDS é incapaz de substituir Portas e dele se encontra dependente.
Finalmente e mais importante, é fácil para Portas subir nas intenções de voto, defendendo baixas generalizadas de impostos, pulso firme na justiça e demais promessas estéreis.
O custo de recorrer a demagogos é a dependência política e o desgoverno irresponsável que deles decorre. É o cair nas políticas-projecto, no deslumbramento e megalomanias.
Não aos comunicadores!
Não aos populistas!
Que os Portugueses se libertem do seu reflexo pavloviano de bater palminhas a quem quer que lhes balance uma bugiganga brilhante à frente dos olhos.
Que os Portugueses se libertem do sebastianismo e imaturidade cívica que os impediu de escolher o possível em detrimento do sonho no passado dia 27 de Setembro.