Abracadabra
Depois de um dia intenso, só agora tive oportunidade de reflectir sobre a conversa que tive com um dos meus grupos de amigos ao almoço.
Nenhum deles é duma juventude partidária, militante ou simpatizante de um determinado partido. Votam consoante programas e perfis dos candidatos.
Fora a minha pessoa, dos 5, só um votou PSD, tendo os outros votado PS (fora um que estava ainda internado à altura das eleições). Intrigada, perguntei-lhes porquê?
"Porque não vejo Manuela Ferreira Leite como uma líder." respondeu-me um. Outro completou com "Esperava mais oposição de MFL, mais das suas listas de deputados. Toda a campanha foi mal gerida. Afinal de contas, se ela não consegue liderar um partido numas eleições, conseguiria liderar um país numa situação tão difícil como a nossa?".
Independentemente de terem razão ou não, isto deixou-me a pensar. "Entre Sócrates e MFL, eu escolheria Sócrates" disse-me o que estava internado.
Abracadabra!
Moral da história: é necessário um Líder no nosso partido. Alguém com garra, que saiba fazer oposição. Alguém que não tenha um telhado de vidro muito grande.
Corremos um grande risco nestas ultimas eleições. Agora que se põe em causa MFL (desrespeitando frequentemente a posição que esta ainda ocupa), temos que analisar os nossos erros e crescer enquanto procuramos alguém melhor. Ou pelo menos alguém que responda ao que o eleitorado quer e ao que o país necessita - um(a) líder que nos restaure os tempos áureos do cavaquismo.
Não nos basta usar slogans de "voto útil", ou de alternativa - "MFL vs. Sócrates". É preciso ligarmo-nos ao eleitorado, provar que somos a opção certa com um(a) líder com garra, com vontade de mudar e sem "rabos de palha". Especialmente porque os nossos líderes autárquicos carecem muitas vezes de um bom exemplo para seguir e os apoiar, da mesma maneira que a nossa juventude necessita de um líder no partido que a entenda e lhe dê voz para manifestar as suas preocupações e necessidades.
Até acredito em milagres, mas eleições não se ganham com magia, ganham-se com eleitores. E eleitores ganham-se com liderança e provas de confiança.