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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

A CHAVE PARA O FUTURO DO PSD

João Lemos Esteves, 19.11.09

                                    

 

Começamos por afirmar (sem reserva mental nem tacticismos) que Manuela Ferreira Leite tem revelado um sentido de responsabilidade e capacidade de sacrifício pessoal pelo partido dignos de serem louvados. E aqui o faço. O mesmo digo em relação ao trabalho desenvolvido até agora pelo grupo parlamentar e a serenidade com que Aguiar Branco tem assumido a liderança.

 

Dito isto, confesso aqui que o estado anímico do partido e a esperança no futuro ainda são piores do que esperava, após ter falado com alguns líderes distritais e presidentes de secção por esse país fora. Todos sabemos - e não cometo nenhuma inconfidência ao divulgar aqui - que há uma candidatura que prepara o terreno há muito tempo, ainda antes das legislativas, tendo já arregimentado militantes que trabalham a seu favor, preparados a todo o tempo para ir a votos. Ora, como já há um candidato com a máquina de campanha preparada ( conjungado com a ânsia legítima de mudança por parte de alguns militantes e sendo esse candidato o único que procura desesperadamente e a todo o custo o poder), torna -se muito difícil promover o debate interno. E assim o PSD vai cair no mesmo erro de sempre: escolher alguém "porque sim", porque não há alternativa, porque é um pin up, porque veste bem, porque tem um penteado giro, ....Este não é - não pode ser! - o caminho. Os portugueses quando recusaram confiar a governação do país ao nosso partido (em 2005 e agora em 2009) deixaram um sinal claro: enquanto não se entenderem internamente, não forem capazes de ter um período que seja sem golpes palacianos, não nos governam! E o PSD (sobretudo alguns militantes, que num ápice se tornaram os piores " barões" que outrora criticavam) não é capaz de entender algo tão simples!

 

A questão central para o futuro do partido não é a realização imediata das directas- isso é mais do mesmo! Há momentos definidores e cruciais para o futuro de um partido político. O PSD vive um deles: mostremos o nosso sentido de responsabilidade. Antes das directas, impõe-se a realização de um Congresso em que participem todos aqueles que podem ter um papel importante no futuro do partido. Não para discutir nomes. Para discutir ideias, projectos, definir uma linha estratégica para o futuro partido. Para que todas as cartas fiquem em cima da mesa - e aí (só aí) partimos mais esclarecidos para as directas e a consequente eleição do líder e de um projecto que conhecemos. Perguntam: a mesma sugestão é relaista, fazível? Acredito sinceramente que sim, dado o enorme sentido de responsabilidade e compromisso com o partido da Dr.ª Ferreira Leite. O partido ficar-lhe-ia grato por um gesto cuja importância histórica será inegável.

Aproveito ainda para dizer que sei que há alguns elementos, porventura até estão na Comissão Política Nacional do partido, que são visceralmente contra a ideia do congresso. Só há uma explicação para tal: querem sangue, querem o tal ringue acima de tudo. Mas, peço-vos, que pelo menos uma vez na vida pensem mais no partido do que em projectos pessoais de ajuste de contas político. Parece que só querem trocar o passo ao Passos. Isto também é um erro capital. 

 

Em suma, realização de um congresso amplamente participado a agendar para o início do próximo ano - eis a chave para a afirmação de um partido responsável e credível que o PSD quer (e tem de) ser.  Não andemos a brincar aos líderes...

 

 

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