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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Bem-me-quer, Mal-me-quer

Essi Silva, 20.11.09

 

Há dias falava-se na falta de responsabilidade e hábitos de higiene básicos no nosso país.

Pois bem, segundo os resultados preliminares do último inquérito de prevalência da Direcção-Geral da Saúde, quase dez em cada cem doentes (9,8%) contraem infecções em Hospitais nacionais.

Mais chocante ainda, foi descobrir num outro inquérito, que a taxa de adesão dos profissionais de saúde à campanha de higienização das mãos em curso foi de 46,7%, valor  idêntico à média de outros países. Apesar desta taxa não reflectir que os profissionais não lavam as mãos, indica que não seguem as regras definidas.


Ainda que os valores se encontrem na média europeia, é preocupante reflectir que aqueles que  nos deveriam proteger são os mesmos que nos podem debilitar ainda mais. Lembro-me do caso da minha avó que contraiu um herpes ocular em contacto com equipamento hospitalar mal-desinfectado, e que apesar de se terem passado largos anos, ilustra bem como se pode estar susceptível a sair pior dum hospital que quando se entrou.

 

 

Estes dados foram revelados mediante o encontro realizado a propósito do Dia Europeu de Sensibilização para o Uso Racional do Antibiótico e que teve como propósito alertar para os níveis crescentes de resistências devido ao uso frequentemente desnecessário destes fármacos. José Artur Paiva, do Hospital de São João comentou: "É um círculo vicioso: usamos demasiados antibióticos, por isso seleccionamos bactérias multi-resistentes que nos levam a infecções potencialmente mais graves, que levam ao aumento do espectro dos antibióticos", descreveu. E Armando Brito e Sá, médico de família, aproveitou para destacar um mistério português: o facto de não haver penicilina oral à venda, só injectável, ao contrário do que acontece em Espanha e outros países. A penicilina é bem mais barata do que outros antibióticos.

 

Porquê? Porque os antibióticos são a mina de ouro das indústrias farmacêuticas e dos médicos de família. Numa das vilas onde vivi, não há mulher que a partir dos 13 anos não esteja a tomar a pílula (que tem efeitos secundários bastante perigosos, especialmente quando prescrita desde muito cedo); indíviduo que dos 40 para cima não tome medicamentos para a hipertensão (quando geralmente o problema está na alimentação); e metade da população (senão mais) anda a Prozac. True story! E assim o queridíssimo Médico de Família do Centro de Saúde pode ir viajar pelo mundo com viagens pagas pela Pfizer, Glaxo-Smith, etc.

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