Que caminho?
Vivemos hoje um tempo de esquizofrenia do PSD. O debate que deveria existir, não o vejo, a proclamação de opções não as encontro. O vazio de poder de uma liderança em clara dificuldade vai sendo ocupado por um líder parlamentar.
Esta semana no Sol, Pedro Santana Lopes referia algo como:
"Já repararam que não há causa nenhuma que una os sociais-democratas? A esquerda é pelo aborto, o CDS é contra– e o PSD dá liberdade de voto.
A esquerda é pelo casamento dos homossexuais, a direita _é contra – e o PSD não tem_ posição.
A esquerda é pela liberalização do consumo de drogas (e mesmo por alguma descriminalização de certo tráfico), o CDS é proibicionista – e o PSD tem de tudo, como na botica.
O PS (e a esquerda, em geral) é a favor do Rendimento Social de Inserção, o CDS é contra – e o PSD não se sabe bem.
Afinal, o que distingue, o que mobiliza o PSD?
O PSD e o PS são partidos cada vez mais parecidos. Preocupam-se, sobretudo, com o Estado e as suas instituições, no que respeita ao funcionamento interno e às relações entre si. Mas cuidam pouco de mudar o Estado e as instituições, e de assegurar que sejam eficazes."
Nesta fase vale o que vale esta chamada de atenção. Mas esta ideia existe e demonstra que estamos e precisamos de uma abanão. De um Congresso? Se calhar. Mas acho que estamos a precisar de voltar a gostar de Política. De voltar a estar cá pelo bem comum e não como gatos assanhados a lutar por poleiro. É preciso militância. Miltância pura. Somos o maior Partido Português com mais militantes, com mais massa crítica e perdemo-nos em guerras e ódios que não nos levam a sítio nenhum. Chega de barões e tubarões. Chega de divisões estéreis, discuta-se rumos e caminhos e não apenas nomes. Parece-me claro que o ambiente não é saudável. Este Partido carece de uma terapia de grupo.