O PSD JÁ MUDOU DE LÍDER...
Volvido o período de festas e tréguas entre os homens, o PSD prepara-se para assistir à ida ao ringue dos líderes das facções de sempre do nosso partido, envergando a capa tão apelativa e enganadora (uns mais que outros, refira-se) da mudança e renovação. Curiosamente todos os proto-candidatos falam agora (por interesse não por convicção) de unidade e projecto federador - pois são os mesmos que inviabilizaram um projecto EFECTIVAMENTE DE UNIÃO E CONGREGADOR... Uma certeza: aconteça o que acontecer nos próximos meses, o PSD não sairá bem deste processo eleitoral.
Dir-me-ão que ainda é precoce fazer qualquer balanço ou mesmo análise prospectiva, pois Passos Coelho é o único candidato assumido. Puro engano. Já há, pelo menos, dois candidatos. É que, na política portuguesa, virou moda os anúncios não serem expressos: na generalidade dos casos, são tácitos. Este é um exemplo sintomático: olhemos para a realidade actual do partido. Quem lidera ainda de direito é Manuela Ferreira Leite, mas o líder de facto chama-se José Pedro Aguiar-Branco. É ele que define a estratégia de curto prazo do partido; é ele que comunica as posições oficiais do partido, dando voz e cara às mesmas; impõe a sua estratégia e visão de entendimento com o PS à líder (note-se que há aqui uma sintonia celestial com Passos Coelho). Enfim, Aguiar-Branco é o actual líder do Partido Social-Democrata.
Ora, estamos a falar do homem que precipitou mediaticamente a saída de Luís Filipe Menezes, que abdicou de uma candidatura em 2008 a favor de Ferreira Leite, chegando a vice-presidente da direcção por ela presidida - e apostou tudo nas últimas legislativas, tentando passar a imagem de um homem afável, próximo do povo. Actualmente, é o líder de facto do PSD- alguém acha que vai querer largar assim tão facilmente? Esta é a oportunidade da vida de Aguiar-Branco. É tudo ou nada. Ele joga para o tudo. Conseguirá? Tenho sérias dúvidas de que seja capaz de mobilizar as hostes desanimadas sociais-democratas e disponha de resistência física e psicológica para o cargo. Mas Aguiar-Branco está mais que convencido de que vai transformar o nosso partido...É inevitável: temos candidato!