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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Temos muito mais em comum, que aquilo que nos distingue

Essi Silva, 11.01.10
Há pouco lia uma notícia aparentemente chocante (pela estupidez dos actos em causa).
As quatro estátuas que ladeiam a igreja da Santíssima Trindade (dos papas Paulo VI, João Paulo II e Pio XII, e do bispo D. José Alves Correia da Silva) e a própria igreja, no exterior, foram alvo, na madrugada de domingo, de inscrições tipo graffiti, a negro, com as palavras "Islão", "Lua", "Sol", "Muçulman" e "Mesquita".
Mas mais estúpidos, foram os comentários que li, acusando muçulmanos pelo vandalismo em causa.
Há várias razões pelas quais não acredito que este acto tenha sido de vandalismo religioso.
Em primeiro lugar, Fátima era um das filhas do profeta Maomé. Daí haver um respeito relativamente grande à nossa Santa, por serem para ambas as religiões, entidades de culto e de respeito.
Em segundo lugar, reza a lenda de Ourém, que o nome daquela terra se deve à esposa de um cavaleiro cristão, que à altura da reconquista cristã se apaixonou por uma moura Fátima, que se converteu ao cristianismo e com quem se casou instalando-se ali. Há também outra história em que o nome da cidade deriva de uma princessa moura local de nome Fatima que, depois de capturada pelo exército cristão durante a Reconquista, foi dada em casamento a um conde de Ourém. Às terras serranas o conde deu o nome de Terras de Fátima, em memória dos seus ancestrais, e ao condado o nome de Oriana, depois Ourém.
Por fim, conhecendo vários praticantes da religião islâmica, seria quase certo que se o vandalismo fosse feito por alguém do Islão, não só seriam feitas escrituras na língua do profeta, em árabe, como seriam usados símbolos adequados.
Assim, chego a uma conclusão brilhante. É mais aquilo que nos une, que aquilo que nos separa. Porque o que hoje nos fazem, não é muito diferente do que nós lhes fizemos há alguns séculos.
Porque não procurar um meio-termo em vez de propagar ódio e vingança?

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