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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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SOBRE A FALSA MUDANÇA - ANÁLISE AO LIVRO "MUDAR" DE PEDRO PASSOS COELHO(I)

João Lemos Esteves, 21.01.10

 

Acabo de ler o livro “ Mudar” da autoria de Pedro Passos Coelho, lançado hoje. Confirmam-se as expectativas: limita-se a ser uma declaração de princípios vaga, de ideias já amplamente discutidas, sem acrescentar absolutamente nada. A publicação deste livro visa apenas um objectivo: não o esclarecimento dos militantes do PSD e dos portugueses, mas sim a promoção mediática do autor com uma pretensa aura de intelectualidade. Este livro não clarifica, não esclarece, não apresenta propostas inovatórias nenhumas – repete o que vários militantes do PSD, incluindo ex-presidentes, já apresentaram. Passemos a demonstrá-lo.
O livro inicia-se com um capítulo em que se mistura a história de Portugal (que o autor sugere que aprendeu  através de conversas com historiadores nos últimos tempos) com a sua história pessoal. É claro que a primeira é fulcral; a segunda não interessa absolutamente nada – por muita estima pessoal que o autor nos possa merecer, as muambas de galinha e os calulus de peixe que adorava comer em África, a sua fama de miúdo fugido na sua terra natal ou a sua experiência no colégio Marista podem ser memórias pessoais muito ternurentas e queridas, mas só fazem o leitor perder tempo. Há uma explicação para a sua inclusão: como a experiência política de Passos Coelho não ocupariam mais de 4 páginas, teve de incluir pormenores sem importância nenhuma para superar as 200 páginas. Nós compreendemos...É curioso notar que Passos Coelho afirma no livro que os políticos devem ser escolhidos pela sua competência, pelo seu mérito, pelas suas valências profissionais:ora,  Passos Coelho nasceu para a política através de uma máquina partidária – só depois de liderar a JSD é que tirou a sua licenciatura e começou a trabalhar em empresas privadas. Portanto, Passos Coelho também contribuiu para diversos males de que sofrem as estruturas partidárias actualmente...
Numa segunda parte do livro, Passos Coelho faz um diagnóstico da situação do país. Aliás, em bom rigor, até ao fim, o livro é um diagnóstico da situação actual – aponta os vícios e as falhas do presente e só, em passagens curtas, se aponta o caminho para o futuro. Ora, de um livro que tem como título “ Mudar”, de um candidato a líder de um partido de poder, espera-se o mesmo do médico que atende um paciente em estado comatoso: que diga o remédio para a doença e não se limita ao diagnóstico. Este é feito diariamente pelos jornais, televisões e sentido diariamente por todos nós...
Ademais, este livro é a prova cabal de que, caso surgisse um candidato capaz de congregar o partido, a unidade ideológica e programática seria conseguida sem dificuldades. A divisão interna é meramente pessoal, de capelinhas. As ideias para Portugal coincidem em grande medida. Querem ver? (continua no post em cima)

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