Traidor? Really?
A Lei das Finanças Regionais abriu uma guerra entre Alberto João Jardim e Pedro Passos Coelho. Manuela Ferreira Leite afirmou que sai com a sensação de dever cumprido. Santana Lopes garantiu que não será candidato à liderança.
Paulo Rangel fez um discurso surpreendente ao sublinhar que analisa melhor do que os outros conselheiros a situação política do País, já que lê jornais alemães e franceses. E, finalmente, José Pedro Aguiar-Branco pediu a união do partido.
Este foi o cenário do Conselho Nacional do PSD que terminou ontem de madrugada com a aprovação do calendário das eleições directas para a liderança (ver apoios).
Jardim chegou ao Conselho Nacional a reclamar um "candidato de consenso" um "Jesus Cristo [leia-se Marcelo Rebelo de Sousa] para meter juízo nestes tipos", e regressou à Madeira a falar de traição. "[Passos Coelho] traiu a unidade do partido contra a região [...], a situação é muito grave e tive de me atirar a ele."
Segundo apurou o CM, a intervenção de Passos Coelho, o candidato da "mudança", foi muito incisiva, ao criticar, na presença de Jardim, a aprovação da Lei das Finanças Regionais. Atitude que lhe poderá custar os votos dos militantes da Madeira. Mas, ainda assim, não desarma: "Não peço licença ao senhor Alberto João Jardim para dizer o que penso."
Rangel, o candidato da "ruptura" e Aguiar-Branco, o candidato da "união", ficam com terreno livre para disputar os votos no arquipélago. Jardim foi claro: disse ter gostado do discurso de Paulo Rangel e elogiou a atitude "impecável, de lealdade absoluta para com a região" de Aguiar-Branco.
in CM