Grande Entrevista, Grande Mulher, Grande Líder
Esta noite senti-me orgulhosa em ter Manuela Ferreira Leite como líder do meu partido. Nunca fui uma ávida defensora de MFL: achava que como mulher inteligente que acho que é, deveria ter feito escolhas diferentes durante o período eleitoral.
Hoje vi novamente o brilho da nossa líder, ao defender-se durante a "Grande Entrevista" com uma jornalista difícil como é Judite Sousa, sempre tão amável com o nosso Primeiro-ministro.
De todo o modo, com um sorriso mais rosa ou menos rosa, Judite não intimidou a nossa líder.
Começaram pelas escutas. Judite colocou questão atrás de questão tentando provocar contradições no discurso da futura ex-presidente do PSD. Quando questionada se achava que o Procurador Geral da República estava enganado em relação às escutas, afirmou que não ser um crime não implica não haver gravidade política. Acrescentou que a demissão de Rui Pedro Soares da PT foi tardia e que José Sócrates mentiu, esperando ainda esclarecimentos em relação ao "condicionamento grave" da informação.
Manuel Ferreira Leite afirmou ainda que avisou o país em relação às acções do Primeiro-ministro, mas que é difícil dar razão antes de efectivamente se provar que se está na posse desta.
Enquanto líder do partido declarou ter feito tudo quanto possível e que mesmo que Santana Lopes ou Passos Coelho tivessem sido eleitos na altura, as legislativas continuariam a ser conquistadas pelo PS. E perante as crises de governação do PM, defendeu que o PSD tem feito tudo para viabilizar a governação, nomeadamente através do OE.
Depois de Judite de Sousa a acusar de afastar pessoas, a líder respondeu que "não pus ninguém de lado", "foram elas [pessoas] próprias que não quiseram colaborar", até porque segundo a mesma, apesar de haver muitas pessoas que não a apoiavam não deixaram de ajudar na campanha eleitoral.
No que toca a Constâncio, (e por mais que discorde da sua opinião neste assunto), MFL afirmou que este merece o lugar, para o qual foi eleito, apesar de por vezes se ter aproximado do Partido Socialista e que no que toca a Cavaco Silva, enquanto cidadã, aguarda uma recandidatura.
Falou-se de Marcelo Rebelo de Sousa e de Paulo Rangel, mas a lider só acrescentou que não participará no processo eleitoral do PSD, demonstrando ter alguma pena de não asisstir a uma candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa.
Gostei particularmente quando em relação ao seu cargo de deputada e à sua saída da presidência do partido, Manuela Ferreira Leite reforçou que não é deputada por ter uma função de política, mas sim por uma função de serviço.
E é por isso que acredito que Manuela Ferreira Leite deixará saudades mesmo naqueles que inicialmente não acreditavam nas suas competências.