Perguntas de algibeira do "velho dos marretas"*
Tenho uma pergunta de algibeira para o Governo Regional da Madeira:
Em 2007 a Quercus avisou para não se fazerem certas construções. Em 2008, foram entrevistados geólogos num programa da RTP2 (Biosfera, Abril 2008) onde todos concluíram que a tragédia não era uma questão de "Se" mas "Quando". Que havia construções mal colocadas, pouco tempo para evacuações e, dada a geografia e características meteorológicas da ilha, não era necessária assim tanta chuva para produzir uma catástrofe.
Da minha algibeira sai a seguinte questão: Porque é que se construiu onde se construiu contra os avisos dos técnicos? E quem é que se responsabiliza?
Tenho também uma pergunta de algibeira para as Autarquias de Portugal:
Quantos PDMs são feitos sem ter em conta riscos geofisicos do local onde estão inseridos? Eu percebo que as Câmaras têm incentivos para urbanizar tudo sobre o Sol (dado que têm poucas fontes de receitas próprias, à excepção do IMI...o que implica urbanizar para cobrar!), mas quem se responsabiliza quando surgirem mais acidentes com mortos?
E por último uma pergunta de algibeira para o Governo desta bela República:
A minha algibeira adorava saber quando é que se toma a sério os problemas de PDMs mal feitos, má ou inexistente fiscalização e se toma a sério os riscos que se corre quando se urbaniza sem regras! É que é muito giro reforçar a parede da presidência do Parlamento contra Sismos mas... e os outros 10 milhões de Portugueses?
Fazer a lei e publicar em Diário da República de nada serve. E nestas questões, não é o "Se" vai acontecer, mas o "Quando", logo a pergunta é: Quem assume a responsabilidade quando acontecer?
Estou totalmente solidário com a Madeira, mas esta catástrofe que aconteceu é bom que acorde os Partidos para a questão de fundo: constrói-se onde não se deve! E não há solidariedade e minutos de silêncio que depois compensem quando estes "acidentes" acontecem, quando eram evitáveis!
*"Velho dos Marretas" é uma referência (aka alcunha nova) ao que alguns vêem como a minha postura de profunda desilusão com este Partido em particular e com a nossa classe política em geral.