Elites Vs Bases
No outro dia ouvi Ricardo Costa, jornalista da SIC, confirmar algo que identificou e bem no PSD. Ora, existe na família social-democrata elites e bases. Somos de longe um partido que atravessa as mais diferentes classes sociais, e atrevia-me a dizer diferentes ideologias (algo estranho para um partido, mas é a génese do PPD/PSD).
Ao longo da história, o PSD só venceu eleições no País, quando apresentou uma verdadeira união entre elites e bases. Porquê? Ora, é simples, quando apresentamos um candidato a Primeiro-Ministro, necessita de dois factores. Primeiro, um Partido mobilizado, com pessoas na rua, no dia-a-dia a combaterem por ele, a apoiá-lo em acções de rua, comícios, colóquios, ou jantares. Precisa do anónimo que invade a SicNotícias a apoiar, que participa no fórum da TSF, que comenta blogs, jornais on-line. Precisa do calor humano e da dimensão de agregar e mobilizar. Depois, é fundamental contar com o apoio das "personalidades" que chegam com maior facilidade aos debates televisivos, às colunas de opinião, às entrevistas no Expresso, no DN ou no Público. A síntese destas duas correntes torna-se pois essencial. Foi o que a história nos mostrou.
E mostrou no passado recente. Cavaco Silva conseguiu reunir à sua volta vindo das bases, as elites e governou com o total apoio quer das elites, quer das bases. E chegamos a Durão Barroso. Este de facto, foi o último líder a contar com esse apoio transversal. Depois de Durão, com Santana Lopes, foi notório a falta de apoio das elites, o que nos fez chegar a Marques Mendes empurrado por elites, e que percebeu ser necessário contar com as bases. Fez o seu trabalho de formiguinha, mas não galvanizou, e assim entregou de bandeira o PSD a Menezes, força vinda das bases. Mas, lá está, se as bases dão conforto, dão o apoio invisivel, torna-se muito complicado quando as elites estão inquietas, quando se começam a mexer e lá ficou Menezes refém da falta de elites e saíu. Mas depois veio o Dream Team de Manuela Ferreira Leite, quais galácticos a anunciar um tempo novo. Mas caíram no erro obtuso de pensar que bastaria uns nomes pomposos para se vencer eleições.
Chegamos ao tempo actual. E quando vemos os 3 candidatos até ao momento, percebemos que dois são das elites e um das bases. Não sei se iremos ter o tal 4º candidato que faça o pleno, mas será importante que o próximo líder do PSD envolva quer elites, quer as bases.