Um dia dedicado às Mulheres...(?!)
Para qualquer português(a) que preste atenção ao calendário e às notícias, saberá seguramente que hoje é Dia da Mulher.
Vou-vos confessar que não sou muito atenta a este tipo de celebrações. Celebro este dia geralmente oferecendo uma flor à minha avó, a matriarca da casa, que considero em força de vontade um modelo a seguir.
Era uma vez uma Mulher das Cavernas que era puxada pelos cabelos pelo seu marido...
Vivemos numa realidade muito distinta daquela que era vivida no Ocidente pelas mulheres há 70 anos. De uma sociedade na qual a mulher detinha um papel estritamente doméstico, resumindo-se às lides da casa e a tomar conta das crianças, (caso contrário seria vista como imprópria), hoje em dia encontramo-nos num espaço em que não só se celebra a existência da mulher, como se assiste à total emancipação da mesma.
Actualmente as mulheres já não têm de ficar em casa. Já podem estudar, ocupar cargos de topo, beber cerveja com as amigas, andar com saias de tamanho (algo) mais reduzido, participar activamente na política (ao ponto de serem elegíveis) e até serem primeiras-ministras.
O que é certo é que hoje em dia, as mulheres ainda são discriminadas. Mas também são os homens. Chegámos a uma sociedade de 8-80. A nível de Justiça as mulheres são sempre favorecidas em questões de poder paternal. Mas encontram maiores obstáculos a nível laboral. É mais fácil para uma mulher ocupar um cargo político graças à lei das quotas. Mas um homem mais capaz pode perder essa oportunidade por causa de um critério de discriminação "positiva.
Jerónimo de Sousa afirmava hoje que as mulheres são “o elo mais fraco” nas empresas e que a igualdade de direitos com os homens é “uma reivindicação” que ainda está por alcançar. É verdade, ainda há muito por fazer.
Mas há que se ter cuidado acrescido de modo a assegurar que não se ultrapassa a ténue linha entre acabar com a discriminação das mulheres e passar a discriminar os homens.
Um dia dedicado às mulheres é óptimo, mas lembrem-se: quem deve defender os homens senão as mulheres que os trazem ao mundo? E admito-vos - não seria nada sem os homens da minha vida (pai, avô, namorado, melhores amigos, etc.)
Não é só uma dicotomia entre Ocidente e Oriente
Primeiras-ministras entre 1945 e 2005
Esta lista muito exclusiva de nomes, curiosamente, não inclui uma grande parte dos países ditos desenvolvidos. É no Terceiro Mundo que se podem assistir aos grandes exemplos em matéria de igualdade de oportunidades no acesso aos cargos políticos. Eis uma resumida lista das mulheres que já governaram países.
Sirimavo Bandaranaike foi primeira-ministra do Sri Lanka por três vezes, entre 1960 e 2000, ano em que morreu. Foi a primeira mulher na História a ocupar aquele cargo.
Indira Ghandi governou a Índia em dois mandatos distintos, entre 1966 e 1984, ano em que foi assassinada.
Golda Meir nasceu na Ucrânia, viveu nos EUA, mas foi na Palestina que escolheu viver. Em Israel, foi eleita primeira-ministra aos 70 anos de idade. Morreu em 1978.
Elisabeth Domitien foi a primeira primeira-ministra de África e a primeira mulher negra a governar um estado independente. Fê-lo entre 1975 e 1976 na República Central de África, sob o regime ditatorial de Bokassa. Hoje dedica-se aos negócios.
Margaret Thatcher, a Dama de Ferro, ganhou, entre 1979 e 1987, três eleições consecutivas na Grã-Bretanha, cumprindo mandatos controversos que acumulou com a liderança do Partido Conservador, facto inédito para uma mulher.
Maria de Lourdes Pintasilgo a segunda mulher a ocupar o cargo de primeira-ministra na Europa e a única a fazê-lo em Portugal. Governou entre Agosto de 1979 e Janeiro de 1980, como independente.
Gro Harlem Brundtland foi primeira-ministra da Noruega por três vezes, nas décadas de 80 e 90. É hoje presidente da Organização Mundial de Saúde.
Benazir Bhutto ocupou a cadeira de primeira-ministra do Paquistão, nas décadas de 80 e 90. Foi a primeira mulher primeira-ministra de um país muçulmano e uma das poucas a assumir as pastas da Economia e da Defesa. Foi assassinada em Dezembro de 2007.
Agathe Uwilingiyimana assumiu o cargo de primeira-ministra do Ruanda entre 1993 e a data da sua morte, em Abril de 1994, assassinada por radicais hutus.
Angela Merkel, desde 2005 que é Chanceler da Alemanha. Foi considerada pela revista Forbes como a mulher mais poderosa do mundo em 2009.