Bullying - "Um futuro de agressores e drogados"
Anteontem, enquanto via os noticiários com a família, à refeição, ouvi falar duma criança de 12 anos que se atirou para as águas violentas do rio Tua. Comentámos "que raio de estupidez de um pai deixar que o filho faça isso, ou de uma criança querer aventurar-se sequer a aproximar-se dum rio nestes dias de chuva". Mas a realidade era bem mais grave, pois a insustentabilidade duma vida de agressões (físicas e emocionais) foi a causa que levou ao suicídio de Leandro.
Geração Ritilin & Com.?
Ontem ouvi a entrevista de Miguel Sousa Tavares à Dra. Ana Vasconcelos. Não gostei. É mais uma pedopsiquiatra cuja solução para tudo é feita a partir de fármacos, drogas.
Há dois anos ouviamo-la afirmar que não se devia mediatizar os casos de bullying, por potenciá-los. É impressionante, como graças à triste situação do Leandro, centenas de pais no nosso país, se aperceberam finalmente porque é que os seus filhos não queriam ir à escola, a razão da sua depressão.
Negligência - De quem é a culpa?
No mundo adulto assistimos aos maiores vícios, às maiores traições, à maior maldade. Porque será diferente no mundo dos pequeninos?
Porque é nesta altura que se pode fazer algo. Que se pode salvar a vida de alguém que será profundamente traumatizado para a vida e ficará dependente de drogas para funcionar; e que se pode mudar as atitudes de um agressor.
Uma solução importante implica acções entre os Pais da vítima > A escola > Os pais do agressor.
Por vezes (foi o caso de Leandro), os pais da vítima sabem das agressões e contactam a escola para que esta tome medidas. Nesta situação a escola deve tomar previdências imediatas e contactar os pais dos agressores que também deverão responsabilizar a criança agressora. Infelizmente, na generalidade dos casos os pais das vítimas desconhecem os abusos, as escolas não estão preparadas nem querem lidar com a situação e noutras situações os pais dos agressores são o modelo para as suas atitudes.
De todo o modo é importante apoiar uma criança nestas situações, evitando a todo o custo a dependência de drogas farmacêuticas para o fazer.
(É como o caso dos hiper-activos...nunca se viu tanto miúdo hiper-activo como agora. E curiosamente, esmagadora maioria dos casos diagnosticados, estão a ser tratados com "gotinhas mágicas". O que aconteceu com deixar as crianças brincar no parque, jogarem à bola, correrem?)