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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Light my fire - Notas de um Congresso

Essi Silva, 14.03.10

 

Já se ouvia na música dos Doors, um repto a que "alguém" acendesse uma chama em "nós".

Volto de um XXXII Congresso Nacional do PSD sem chama. Sem vontade de apoiar um candidato.

Num género de escala resumida, vou-vos apontar o que achei mais digno de destaque e o que me desiludiu.

 

17 valores - Marcelo Rebelo de Sousa

Um discurso de encontro aos principais problemas do Partido.

De tal forma ouvi Marcelo a realçar o fundamental, que cheguei mesmo a acreditar que Rodrigo Moita de Deus (do 31 da Armada) poderia estar sentado na companhia d'O Futuro Candidato para lhe servir de braço direito [a esperança tolda-nos de tal maneira que começamos a acreditar em tudo e a sonhar alto demais eheh]. Mas Marcelo não apresentou candidatura e aqui a pessimista acabou por ficar ainda mais desiludida ao longo da noite.

 

12 valores - Alberto João Jardim

Embora tenha revelado algum conteúdo, é costume assistir-se a um discurso do líder madeirense num tom mais aceso, mais directo aos pontos essenciais a mudar, a melhorar. Será que foi por às horas da sua intervenção ainda não estar concentrado na candidatura que irá apoiar?

 

9 valores - Castanheira Barros

Num registo impressionante de amador, fiquei tremendamente triste com a prestação de Castanheira Barros. Um conteúdo pouco desenvolvido, no qual os únicos destaques foram as palmas em honra da Madeira (enquanto o candidato tentava declarar algo inaudível) e a Jota a gritar cada vez que o candidato fazia referência à mesma.

 

15 valores - Aguiar-Branco

O discurso mais conciso, directo e "limpo" de todos os candidatos. Embora não ache que Aguiar-Branco seja particularmente dotado a nível de oratória, entre os candidatos foi um dos mais razoáveis. Não só explicou opções do passado, como apresentou algumas (embora poucas) ideias para o rumo do país/partido.

 

15 valores - Rangel

Pode parecer-vos à primeira vista, uma análise cruel do discurso de Paulo Rangel. Seguramente amanhã, terei algumas mensagens de despique [com a minha avó a ameaçar pôr-me na rua eheh], mas o brilhante discurso de Rangel, foi, para os mais atentos, um discurso vazio.

E vazio porquê? Porque Rangel tem uma capacidade oratória sublime. Um registo perfeito para comícios. E assim consegue apelar à emoção dos militantes, ao mais puro estilo populista. Isto não seria de todo mau, já que Rangel está obviamente ciente dos problemas do partido/país e da sua história. Só que não vi ideias. Não vi projecto, nem soluções nem alternativas. Só um discurso de cerimónia.

 

8 valores - Pedro Passos Coelho

Por mim, Passos Coelho tinha a vitória garantida. Uma promessa de política nova, um "projecto" de projecto, uma base de apoio algo significativa... Esperava então um discurso arrasador. Ouvir o futuro líder do partido a dar um último empurrão à sua campanha. Não poderia estar mais enganada.

Senti-me envergonhada ao ter um candidato assim. Desde a escusada explicação do seu (francamente medíocre) percurso pessoal, profissional e político até aos dias de hoje, às dicas que deixou a Alberto João Jardim, num registo que parecia mais de uma varina que de um líder que espera que o respeitem, a única coisa com a qual não consegui discordar foi a questão do PEC/OE e de Constâncio.

Não admira então, que num claro desafio e mensagem directa, depois do discurso de PPC, encontrássemos Alberto João Jardim sentado ao lado de Rangel. E olhem que a Madeira....até tem alguns votos.

 

7 valores - Congressistas

Pelo pecador paga o justo. E como tal, achei inadmissível a falta de respeito e o burburinho que se levantou no Pavilhão, enquanto alguns participantes discursavam.

 

19 valores - Fernando Costa

Um regresso aos militantes de base, foi este um dos discursos mais acesos até agora. Uma reflexão ponderada, que lembrou os tempos de Sá Carneiro. Será preciso chegarmos sempre à uma da manhã para assistirmos a discursos verdadeiramente apaixonantes? Foi uma verdadeira lufada de ar fresco!

 

O Congresso ainda não está no fim. Muito se poderá ainda dizer. Será que o PSD irá aquecer?

 

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