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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Devemos apontar sempre para o melhor ou contentar-nos com o que temos?

Essi Silva, 23.03.10

 

Fiz esta pergunta a um amigo meu. Respondeu-me que "melhor" é um conceito relativo e que o que deveríamos efectivamente procurar era paz interior.

Reflecti sobre essta resposta e descobri que não estou em paz interior. Sou daquelas pessoas que procura sempre melhor, ou pelo menos melhor quando as circunstâncias exigem mais do que o normal. É a situação em que nos encontramos. Se ao lerem isto ainda não perceberam o que raio vos tenho para dizer, eu explico: vou votar em Branco (não é no Branco, é em Branco).

 

Castanheira Barros afirmou ontem num debate francamente medíocre, que o líder do partido não tinha obrigatoriamente de ser candidato a primeiro-ministro. Por um lado tem razão. Não há essa obrigatoriedade. Mas espera-se que um líder de partido seja competente ao ponto de se lhe depositar esse ónus.

 

Ora, não vejo, em nenhum dos candidatos capacidades para estarem verdadeiramente à altura de representar os interesses do meu partido, do meu país e promover a sua juventude.

Vejamos:

 

- Aguiar-Branco: Com toda a honestidade vos confesso - até ontem tinha-me decidido a apoiar JPAB. É verdade que não é um orador fantástico, não nos apaizona com uma veia populista, mas Cavaco Silva também não é um grande ícone no palanque e não deixou de ser um grande líder. De todas as moções que li, entre todas as opções e declarações, foi aquela com que mais concordei, a que me fez acreditar que o meu voto seria muito bem entregue. Porém, ontem assustei-me com uma faceta que não conhecia de Aguiar-Branco. O gentleman virou imaturo, parecendo uma criança a fazer birra. Concordei com Rangel, um candidato a primeiro-ministro não age assim.

 

- Rangel: Sangue novo num partido é sempre bom. Pelo tempo que milita no partido, está fora da engrenagem da máquina partidária, o que não é nada mau. Um orador exímio, ainda que mais catastrófico nos debates, a minha atenção estava virada para ele quando a sua candidatura se começou a formar. Esperei por ideias, esperei por um projecto...esperei...esperei...mas nada. Uns laivos de futuro na sua moção, francamente insuficientes para o que o país/partido precisa. Rangel é um bom porta-voz, mas as palavras o vento leva.

 

- Passos Coelho: Sujeitando-me a mais uma discussão interminável com o JFD (que muito respeito), devo dizer-vos que para mim Passos Coelho começou por dar-me uma imagem de Sócrates versão PSD puro e ainda não me limpou dessa imagem. É que há quem afirme que o Sócrates se fosse do PSD era um máximo porque ganharia as eleições para nós. Meus caros, nem que o nosso PM fosse da minha família, eu o queria por perto. Se vencer eleições é tudo no nosso país, então não admira que estejamos podres com a corrupção, pobreza e criminalidade a que se assiste. E se o carácter não é suficiente para incriminar alguém, se a falta de respeito que demonstrou pela sua líder não é suficiente, leiam bem o "Mudar" ou a moção e digam-me se o seu projecto corta o mal pela raiz ou se é mais um remédio para efeitos secundários.

 

Talvez esteja enganada em relação a tudo isto. Só espero que sim. Espero verdadeiramente que dos candidatos, seja qual for o vencedor, venha prosperidade, um futuro para o PSD e para o país. Porque o que temos agora não é suficiente e a minha geração merece ter um Portugal onde viver, trabalhar, envelhecer e morrer com orgulho em ser português.

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