Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

Portugal dos Pequenitos (II)

Miguel Nunes Silva, 04.05.10

Se os Portugueses não perceberem que há um mundo que progride a passos vistos para além das suas fronteiras e que este mundo os afecta directamente, não poderão exigir responsabilidades de quem nele os representa.

 

Nas últimas eleições escolheram o candidato com o projecto Finlandês do choque tecnológico em detrimento da candidata com o projecto Português de responsabilidade financeira. Demonstra isto o que os Portugueses sabem sobre o mundo lá fora. Mas mesmo agora a “velha” não é tida em grande conta.

 

 

As manifestações e greves do momento são o resultado de uma mentalidade que não escrutina, que compra sonhos com realidade emprestada e que faz birrinha quando é chamada à responsabilidade.

 

Portugal é dos países mais antigos da Europa mas este património não se reflecte infelizmente na sua maturidade. A memória curta dos Portugueses conjugada com a sua despreocupação em viver no presente, faz de nós um povo que só se pode designar de adolescente.

 

O direito à greve é um privilégio que é suposto ser utilizado em último recurso. Em Portugal, tornou-se com os anos o instrumento preferencial de negociação. Mas a greve não é uma negociação, é uma pressão. Tal como adolescentes imaturos, nós partimos para a violência e para a extorsão para conseguirmos aquilo que queremos, em vez de conversarmos e concordarmos numa solução amigável.

 

Aquilo que impressiona nas greves de hoje é a dissociação cognitiva que os seus organizadores têm em relação à realidade. Não apenas porque o governo não está em posição de facilitar as coisas a seja quem for, nem porque deveriam pensar no bem do país – com credores à porta a salivar para que as agências de rating encontrem uma desculpa para baixarem ainda mais a confiança na fidelidade contratual do país – mas acima de tudo porque já ninguém estranha greves ou lhes dá importância, o efeito mediático é nulo ou mesmo negativo para os grevistas.

 

Mas assim Portugal continua, tal como um adolescente que egocentricamente se concentra apenas na sua vida social, que não aceita responsabilidades e que se rebela contra a autoridade parental, continuamos alheados do mundo e da realidade.

 

Tal como um adolescente, Portugal assim continuará até ser atirados aos leões na arena da vida adulta, assim continuará …até não poder continuar mais.

4 comentários

Comentar post