Contra os Especuladores/Agências de Rating... Marchar, marchar... (II)

Aqui há uns dias achei por bem dizer o óbvio: se acreditam que era um ataque especulativo e das agências de rating, então não só não havia razão para vender Obrigações do Tesouro, como havia dinheiro a ser ganho comprando.
Infelizmente, a realidade lá teima em não se conformar com as teses dos políticos da nossa praça.
E parece que nem o Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social tem muita fé no seu "patrão", o Estado:
"PPR do Estado fogem da dívida pública portuguesa
Peso da dívida nacional desceu de 51% em Março para 37,2% em Abril, a maior queda de sempre.
o Instituto de Gestão de Fundos de Capitalização da Segurança Social (IGFCSS) procedeu a uma revisão na carteira de activos dos certificados de reforma, também conhecidos como PPR do Estado. As mudanças na composição da carteira mostram a fuga da dívida pública nacional e o investimento em dívida de países da OCDE e acções."
Opps! Nem o Estado confia nas suas próprias obrigações para alimentar o fundo de poupança público? Lá diz o ditado: Faz o que eu digo, não faças o que eu faço.
O que acho ainda mais curioso não é a decisão - perfeitamente aceitável para quem sabe fazer contas e não embandeira em arco com discursos contra "especuladores/agências de rating/demónios do sub-mundo" e gere dinheiro - mas o timming. Este corte no portefólio do fundo foi de Março para Abril... ou seja, um mês antes da terrivel conspiração 'estrangeira' contra Portugal.
É caso para dizer: as acções falam bem mais alto que as palavras!