Passos para o Futuro (10)
Tendo em conta o momento que vivemos considero que as opções que o PSD está a tomar são mais que necessárias e em consonância com o que se espera de Portugal e da Europa.
Trata-se da expressão máxima do tal sentido de Estado de que por aí se fala.
Ora a opção deste PSD, CPN incluída parece-me acertada. Os tempos e a forma de actuação estão no ponto. O líder da oposição demonstra iniciativa política arrastando o Primeiro-Ministro para o seu tempo político enquanto se coloca no seu efectivo lugar quando afirma que cabe “ao Governo, Governar”.
Politicamente a estratégia está correcta e a meu ver é a possível.
Economicamente é incompreensível que se acuse o PSD na pessoa do actual líder de manter posições em determinada altura e depois disso impor outras que lhe são contraditórias. Todas as opções e tomadas de posição são devidamente fundamentadas e enquadradas no que foi apresentado como plano de recuperação para Portugal e no que se vai desenrolando com o passar dos dias.
Aumentam-se os impostos, exigindo de nós contribuintes e especialmente da classe média um esforço extra pelo futuro de Portugal.
Ora com o PSD consegue-se impor medidas do lado da despesa que igualem esse esforço. Isto é diferente, isto é mudar, isto é alterar a mentalidade de um Estado despesista e que abusa do esforço dos contribuintes. Note-se que haverão cortes na despesa com as autarquias, redução nos bens e serviços a adquirir e também em transferências como por exemplo para a RTP, e redução de salários de detentores de cargos públicos. No caso do contribuinte verá o seu IRS aumentado, assim como as empresas verão o IRC, e todos nós o IVA.
Aumentar o IVA faz-me sentido pois é a forma mais rápida do Estado se financiar, mas poderá causar uma crise no consumo interno que terá de ser devidamente compensada pelo continuado (espera-se) aumento das exportações (e de preferência competitivas).
Já aumentar a carga fiscal nos salários me parece contra producente pois estamos a penalizar a potencial poupança, algo de que precisamos muito neste país.

São medidas que comprovam que o PSD está ao leme, mas comparando com a Espanha, Portugal vai atrás…
Zapatero apresentou um plano que seria o ideal a meu ver para a nossa terra;
Corta das despesas sociais, corta na função pública congelando 2010, corta no governo em 15%(!), elimina a reforma parcial, reduz os genéricos, já fechou entretanto n empresas públicas e corta com o cheque bebé entre outras medidas nada populares.
Por mais que os idealistas da economia possam dizer de sua justiça, nenhum apresentou até ao momento um plano exequível e comportável tendo em conta o limiar do social, e que nos coloque no caminho certo como me parece que começamos a caminhar. É fácil falar. Mas é difícil exigir do país o que neste momento se exige e ainda por cima ter de actuar de acordo com os desígnios da oposição no que toca às reais contrapartidas.
Mas atenção, nem de longe nem de perto se esgota aqui o esforço que teremos de envidar para a recuperação da confiança pelos mercados e uma necessária blindagem aos constantes ataques especulativos que vão sendo efectuados pela normal evolução do mercado.
E ainda, sobre a culpa; essa não morre solteira.
Somos todos culpados; todos deveremos ser chamados a ajudar na solução.
O Estado somos nós. Não são eles.