Independências

Na sequência deste Mundial de futebol, algumas selecções ficaram sob intenso fogo da respectiva opinião pública nacional.
França é o caso mais flagrante. Itália também é exemplo.
Como se sabe, atrás da opinião pública seguem os políticos, que gostam sempre de tirar partido do descontentamento geral. Até agora, foi na Nigéria que o poder político mais forte reagiu: o Chefe de Estado suspendeu a selecção das competições internacionais, uma sanção válida por dois anos.
A FIFA contrapôs: caso esta decisão não seja revista, a Nigéria enfrenta uma suspensão ainda mais grave que a do Presidente – a da própria FIFA. A suspensão pela FIFA implica não só o afastamento da selecção principal como das restantes equipas nacionais, clubes e árbitros de todas as competições internacionais, assim como o fim das ajudas financeiras distribuídas pela federação internacional.
A separação entre a política e o futebol é tão importante (para o futebol) quanto a separação entre o Estado e a religião (para o Estado) e, neste caso específico, até compreendo a posição da FIFA. Porém, agrada-me pouco o tom de ameaça da FIFA perante casos bem mais suaves. Não esqueçamos que as selecções representam países, gastam recursos públicos, e que os clubes gozam de privilégios que o cidadão comum não tem.
Se os Estados quiserem, vida difícil poderá ter a FIFA.