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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

As Instituições e a Cultura

Miguel Nunes Silva, 09.07.10

Numa palestra no Aspen Institute, David Brooks recorda numa certa altura, uma conversa que teve com um membro da Administração Bush (43). Ele pergunta a essa pessoa se a Administração não teria errado na análise à sociedade Iraquiana em respeito às instituições. O burocrata responde que vê a questão ao contrário: que são as instituições que modificam a cultura.

 

 

Para aqueles que não estão familiarizados com o neoconservadorismo é necessário informar que o prefixo 'neo' se deve ao facto de que os neoconservadores vieram da esquerda liberal Americana. Com eles trouxeram muitas características da esquerda e uma dessas é a fé cega de que o Estado/governo pode modificar os seus cidadãos.

 

Ora aqui está uma das principais diferenças entre esquerda e direita: a direita acredita em trabalhar com a realidade pré-existente, a esquerda persiste em tentar modificá-la.

É devido a esta fé no institucional que em Portugal o PS recorrentemente se inspira nos exemplos nórdicos para governar Portugal. Porque acredita que basta mudar as instituições Portuguesas para emularem a Escandinávia e que depois se seguirá a prosperidade. Assim acreditava Soares - exilado na Alemanha - assim acreditava Guterres falando da Suécia e assim vai o 'choque tecnológico' de Sócrates, assumidamente inspirado pelo modelo Finlandês.

 

É importante inspirarmo-nos nos bons exemplos claro está mas derradeiramente é a cultura que dita as condições de sucesso da sociedade e não as instituições. Portugal dever-se-ia virar para as lições que sociedades como a de Israel ou do Dubai têm para nós. Países de ética não protestante, relativamente periféricos e com solos pobres.

 

Talvez uma curiosa analogia possa ser feita com o recente inquérito parlamentar ao  negócio PT-TVI: confessemos que o PS tinha razão, as escutas não podiam legalmente ser incluídas no processo ou no relatório, os institucionalistas estavam pejados de razão. Mas não teria sido mais sensato e mais transparente divulgá-las como Pacheco Pereira quis fazer? Não tinha isso servido melhor os cidadãos e o sistema político? É algo em que cada um deve reflectir.

Porque em Portugal, o politicamente correcto é uma doença jacobina que se entranha a cada dia que passa e à qual a direita se deve opor - e depressa!

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