Tango só em Buenos Aires! - I
Change we shall believe in
Vi um novo líder nestas Jornadas Parlamentares do PSD. Um líder mais a meu gosto, admito.
Descolando-se do PS, a partir de agora prevê-se que o Tango seja outro!
Com menos política de alinhamento, menor possibilidade de margem de manobra do Governo e menor asfixia da classe média, Pedro Passos Coelho apresenta-se como alternativa e recusando peremptoriamente ser colado ao Governo.
"No dia em que quiserem mudar de Governo, mudam mesmo; no dia em que quiserem um PM que não seja socialista, têm um aqui. Não precisam de se angustiar, juntando-nos todos no Governo. Nós dizemos não ao Bloco Central. Não queremos ser nós a fazer as leis do PS, ou dizer ao Governo como tem de governar."
Bati palmas ao ouvir a crescente responsabilização do Governo socialista, pelo estado em que o país se encontra. Ainda que antes tenha sido fulcral proteger a imagem do país, hoje importa pedir responsabilidades.
Não permitindo que haja espaço para desculpas como a crise mundial, Passos Coelho afirmou querer uma "mudança ampla".
Para além de querer ser uma alternativa, o PSD não vai limpar a casa suja da má governação socialista. Usurpar o poder não é uma opção.
Só para tirar as teimas, Passos Coelho afirmou que, para ser primeiro-ministro, só pelas mãos dos portugueses: "Não contarão connosco para mais ataques à classe média em nome de problemas externos", referindo-se ao "aumento encapotado dos impostos em 2011". "Esse não é o nosso caminho, por isso não podem contar com o nosso voto. Arranjem alternativas".
É fantástico ouvir o nosso líder a adoptar uma posição mais forte, a bater mais o pé. Já o tinha dito anteriormente, num post meu, que precisava de ouvir um líder assim. Sem dar margem de manobra a um Governo que só tem agravado a qualidade de vida. Apresentando-se como uma alternativa. Apresentando-se como a mudança.
Contudo, há que ter cuidado com estas mudanças de agulha súbitas de Passos Coelho. Das duas uma: ou quis passar por bonzinho ao auxiliar o Governo, ou se esqueceu que José Sócrates tem um ego tão grande, que nem ajuda precisa.
Separadas ficaram as águas, pelo menos através de palavras. Vamos esperar para ver as coisas a mudar. Uma equipa vencedora precisa de liderança.