Tango só em Buenos Aires! - II
Não é deputado, mas dá umas dicas
Passos Coelho não é deputado. E como tal, não poderá participar no debate sobre o Estado da Nação desta Quinta-feira.
Mas não é isso que o impede de apontar os principais problemas estruturais que devem ser reflectidos, já que consistem na:
1. Degradação das funções de soberania - a falta de isenção no que toca à Justiça e Segurança, por exemplo.
2. Desemprego estrutural - Porque o Estado que nos tem governado tem falhado "nas políticas de qualificação, pela falta de flexibilidade no sistema económico, as políticas de mau investimento público e fraco investimento privado e de baixo retorno"
3. Pobreza endémica - graças à esquizofrenia de subsidiar tudo e todos de forma igual
4. Dívida pública e externa no limiar da insustentabilidade - por causa de uma certa "esperteza saloia"
5. Falta de consistência estratégica nas apostas externas - porque é preciso pensar mais a longo prazo que a curto.
São boas contribuições. Mas até Soares dos Santos afirmou, que a nossa maior dificuldade, é a falta de credibilidade dos políticos e dos órgãos de soberania.
E portanto qualquer mudança implica que mais que aparência, vejamos o projecto realizado e viável. Estamos fartos de promessas. Queremos acção.
Orgulhosamente sós
Querem distância? Assim a têm! «Bastaram os resultados das políticas que adoptámos para ouvirmos responsáveis do Governo a regressarem há nove meses atrás. Eis que agora já não precisam de ninguém, nem de Bruxelas, nem dos outros países da UE, nem do PSD»
Passos Coelho aprendeu que não se pode dar a mão ao Governo, porque este não quer partilhar nem o poder, nem os louros.
Acho irónico Francisco Assis ter desvalorizado a suposta "ameaça" do líder do PSD. Afinal de contas, quem não o faria, quando se está convencido que mesmo com um icebergue à frente, o barco não vai ao fundo?
Numa conclusão breve: Vi um líder do PSD que quer levar o PSD às urnas por achar que é uma solução melhor que a socialista. Vi que a lição que Mário Soares nos dera, se repetiu e nos relembrou porque é que não confio em socialistas, mas que PPC pareceu reter a lição. E acima de tudo, vi um líder que quer liderar um país e se distanciará da asfixia pela qual o Governo socialista nos está a fazer passar.
É isto que espero de Passos Coelho. E é isto que quero que passe das palavras ao papel e do papel à realidade.