Verão - época alta para a guerra
Há umas semanas atrás preparava-se uma 'flotilha da "liberdade"' Libanesa para mais uma vez tentarem romper o bloqueio Israelita a Gaza.
É curioso que um Libanês escolha embarcar em tal aventura. Não por Gaza não ser uma catástrofe humanitária - como a abertura de parques de diversão e centros comerciais prova - nem por a comunidade Palestiniana no Líbano viver em condições abjectas, não tendo sequer o direito à cidadania Libanesa e estando impedida de praticar um certo número de profissões - sobretudo liberais - mas sim porque o Líbano tem problemas internos muito mais importantes com que se preocupar.
O melhor exemplo é o Hezbollah. Lembram-se da guerra de 2006? O cessar-fogo imposto pela ONU a Israel previa o desmantelamento das facções armadas no Líbano mas como todas as resoluções até hoje, não só não foi aplicada como a ONU no Líbano (UNIFIL) tem um mandato que lhe permite fazer pouco a não ser reportar o rearmamento do Hezbollah.
Sim, porque não só o Hezbollah não foi desarmado como se estima estar hoje mais forte que nunca, alguns rumores chegando a avançar que o Hezbollah terá hoje misseis balisticos capazes de alcançar Tel Aviv.
Enquanto que Israel é denunciado e ostracizado na praça pública por tudo e por nada, ninguém parece muito preocupado com um movimento terrorista que a poucos kms da Europa, faz uma corrida ao armamento, dentro de um estado soberano e em desafio da própria ONU - para não falar de organizações Europeias como a União para o Mediterrãneo.
Israel já avisou que se Tel Aviv for atingida, as represálias far-se-ão sentir não em Beirute mas em Damasco.
Aonde estão os documentários vitimizadores das cadeias de televisão Europeias? Aonde estão as visitas de Deputados Europeus ao palco de tensões?
Não há, não existem. Só fica bem se Israel for o monstro.
Assim vamos a banhos, com um movimento terrorista a gozar de melhor opinião pública que um estado soberano. Fica o aviso: a questão do rearmamento do Hezbollah não é mediática como as flotilhas, mas é bem mais relevante para a estabilidade do Médio-Oriente e do Mediterrãneo. O Verão é geralmente a época alta dos conflictos militares e se a conflagração não se der nos próximos meses, de uma coisa podemos estar certos: ela acontecerá.