Racismo patrocinado pelo Estado?
A França pretende repatriar até ao fim do mês 700 ciganos ilegais para a Roménia e Bulgária como parte de um plano de "retorno voluntário" para os seus países de origem. As primeiras 79 expulsões estão agendadas para amanhã. Numa entrevista a uma rádio francesa, o ministro dos Negócios Estrangeiros romeno levantou o tom pela primeira vez desde o agravamento da política de segurança do presidente francês, Nicolas Sarkozy.

"Exprimo a minha preocupação com os riscos de derrapagem populista e de gerar certas reacções xenófobas, que terão como pano de fundo a crise económica", disse Teodor Baconschi, à Radio France International (RFI).
Baconschi "espera" que a lei seja respeitada para cada uma das "expulsões" feitas por França, fazendo eco das preocupações das organização não governamentais romenas de defesa dos ciganos.
No entanto, o chefe da diplomacia insistiu na necessidade de uma real cooperação entre Paris, Bucareste e a União Europeia "sem a febre eleitoral artificial" para resolver os problemas da pobreza, do acesso aos cuidados de saúde e à educação que os ciganos enfrentam em toda a Europa.
"Se trocarmos acusações ou criminalizarmos colectivamente os grupos étnicos (...), em vez de encontrar soluções, vamos gerar tensões", acrescentou.
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