É justa a comparação?

Miguel Nunes Silva, 25.08.10

Ambos estão à esquerda dos respectivos espectros políticos, ambos fundamentaram a sua política económica em teses Keynesianas.

Ambos sofrem os efeitos dos grandes estímulos e subvenções que puseram em prática e ambos vêem a promessa de mais empregos desvanecer-se entre as brumas da crise sem fim.

É justa a comparação?

12 comentários

jfd 25.08.2010

Gostaria de saber no que se tocam os estímulos e qual a base de comparação... Não estou de todo, nem de longe nem de perto, a ver qual será!
Miguel Nunes Silva 26.08.2010

As especificidades são muito diferentes até porque Portugal e os EUA são muito diferentes.

No entanto, tanto Obama como Sócrates justificaram intervenção estatal e agravamento da dívida com a salvação de emprego e veio-se a verificar o contrário...

jfd 26.08.2010

Miguel podemos ser mais específicos?

É que eu posso dar exemplos que iliustram o meu ponto de vista, mas que de nada valem se não tiver o teu contra ponto através do teu exemplo.

Obama foi excelente por exemplo na gestão da crise da GM e da Chrisler. E o povo que lhes pagou o bailout ainda vai receber lucro.
Miguel Nunes Silva 26.08.2010

Se eu fosse perito teria uma opinião formada, como estou a fazer uma pergunta não tenho.

Mas achas que os estímulos criaram emprego?

jfd 26.08.2010

well
os estímulos prometiam criar nnn empregos, criaram n.
Muitos deles relacionados com as infra-estruturas do país com a manutenção de escolas etc. e tal. Funções do estado que por aqui temos como garantidas (!) mas que por lá enfim; basta ver katrina (falta de manutenção nos diques), as duas pontes que cairam etc. e tal.
Comparar com os "estímulos" do Socas que é mais dinheiro para os mesmos que cria mais dependência do estado e em nada reforça o empreendedorismo e afins é esforçado demais. Serão na minha opinião duas realidades completamente distintas.

Pode até parecer que a minha recusa na comparação advém do resultado, mas não, está no espírito com que foram aplicados os estímulos.
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Ricardo Campelo de Magalhães 27.08.2010

Piada do dia: "Obama foi excelente por exemplo na gestão da crise da GM e da Chrisler. E o povo que lhes pagou o bailout ainda vai receber lucro."
loooool
1 - Qual seria o lucro se tivessem investido esse dinheiro (dezenas de biliões) em dívida americana? Ou seja, se não tivessem pedido esse dinheiro emprestado, quanto teriam ganho?
2 - o povo vai lucrar carros que não quer, a preços que não quer pagar, pagando por carros que dão prejuízo por cada um que é vendido e que prendem recursos que seriam mais produtivos noutras áreas.

Essa tua crença nas teorias do Eugenicista bissexual (a.k.a. Keynes) é ternurenta, mas é tããão errada.

Vamos exemplificar: imagina que eu vinha a acelerar na auto-estrada com um amigo chamado João. Na 1ª paragem, o João pede para conduzir garantindo que não iria gastar gasóleo (!). Incrédulo, paso-lhe o volante. Ele começa a conduzir cada vez mais devagar, enquanto o computador de bordo mostra sempre o mesmo valor (gasóleo para 400 Km...). Ao chegar ao destino, ele diz que eu não preciso mais de meter gasóleo, pois basta aplicar aquela política de curto prazo sempre. Será que ele tinha razão? Claro, tinha dado um exemplo disso mesmo e eu, que o avisava de que mais tarde ou mais cedo tinha mesmo de ter o inconveniente de pagar por mais um depósito estava a certamente a ser inoportuno e a recusar-me a aceitar uma perspectiva diferente...

Quanto ao outro post,
"os estímulos prometiam criar nnn empregos, criaram n"
Sim, só te esqueceste do "e custaram nn no privado".
Como sempre, se o Estado taxar 1300, só pode "estimular" em 1000. E se pedir emprestado, seca os bancos que não podem assim emprestar às empresas, limitando o número de empresas que se podem expandir ou investir (só as que tiverem dinheiro...)
Logo, prometiam nnn, providenciaram n, custaram nn. Positivo?
http://www.facebook.com/photo.php?pid=11499837&l=47ed5bcd53&id=772515360

A visão romanceada de Portugal nem comento. Até parece que aqui não caem pontes, não fecham todos os anos maternidades, centros de saúde, escolas...

Eu concordo com a comparação:
São 2 políticos com uma visão romanceada do papel do Estado, que pensam que tudo podem fazer e que são papás de todos os seus concidadãos. Falam do Estado Social para enganar o povo, beneficiando nas suas políticas sempre os mais poderosos e os interesses instalados (por exemplo Wall Street e Maçonaria), caindo invariavelmente no erro que Thatcher tão bem explicitou quando disse "O problema do Socialismo é quando acaba o dinheiro dos outros".
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jfd 27.08.2010

ARGH o Sapo lixou-me o comentário

Resumia-se a:
Nao sou keynesiano utilizei um exemplo para ilustrar um comentário que fiz.

Não são iguais nem comparáveis. Um está numa federação rica e com controle das politicas monetárias outro numa republica pobre e sob alçada da UE. You know better :P

O exemplo dos empréstimos é bom, pergunto-te a opinião sobre os Bush tax cuts... pois ;)
Prefiro pedir dinheiro emprestado para fazer o bem social que para livrar os 2% mais ricos da sociedade de ajudar os outros.

Vais realmente comparar o papel do Estado na EUA versus em Portugal ou em qualquer país da Europa? E eu é que sou o romântico?

:P
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Ricardo Campelo de Magalhães 01.09.2010

Não és Keynesiano? Mas então és marxista ou liberal? Ou és algo híbrido, como o nosso amigo Guilherme, que é tão acertado em tanta coisa mas é comuna no que diz respeito à política monetária?
Seja como for, usaste um exemplo, logo mereceste =)

Quanto às diferenças, é claro que os países são muito diferentes, mas a mesma inclinação vai dar origem ao mesmo problema. A economia americana é maior e tem outro papel no mundo, pelo que vai aguentar mais, quer devido à dimensão, quer pela passagem do problema para os outros, mas garanto-te que se a política for mantida, o fim é o mesmo que aconteceu a Portugal no Reinado de D. João III (em que teve de abandonar bases em Marrocos, desinvestir na Rota da Índia e, em última análise, levou à ascensão de Espanha e à nossa passagem para a sua esfera de influência).

Bush tax cuts: Cortes de impostos sem acompanhamento de redução de receita (muito pelo contrário!) e apenas para uma parte da população é uma política sem potencial de sucesso de longo prazo e injusta.
QUANTAS mais vezes vou ter de criticar o Bush para perceberes que essa não é a minha multidão?!?

O papel do Estado nos EUA é menor. Mas está a crescer a bom ritmo e vê o que lhes está a acontecer, desde que o par Bush/Obama está no poder. A China está a liberalizar, e vê as suas taxas de crescimento. Quando um país socializa, cai. Quando um país liberaliza, cresce. Quando um país mantêm o seu estado burocrático, como em Portugal, estagna.
Nada é assim tão simples, mas tens que admitir que este factor por si explica muito mais que a generalidade dos factores que geralmente são usados pelos Keynesianos!
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Ricardo Campelo de Magalhães 01.09.2010

CBO? Isso ainda existe?
Já devia ter ido à falência por falar todas as previsões...

Sobre o Desemprego que eles "previam":
http://www.facebook.com/photo.php?pid=14326280&l=f5011c6f2d&id=772515360

Sobre alguns "Epic Fail" históricos:
http://www.facebook.com/photo.php?pid=11292582&l=556cf98335&id=772515360

Tens que usar fontes mais credíveis ;)
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