Olhe que não Senhora Ministra, Olhe que não!

"Os adversários do SNS não ousam dizer que querem acabar com ele, têm uma forma mais sofisticada de o colocar em causa, que é dizer que querem o SNS mas que este não pode ser gratuito", afirmou Ana Jorge durante a sua intervenção no "Fórum Saúde - SNS - Serviço Nacional de Saúde, Um direito, Um dever", organizado pelo PS. A ministra lembrou que o SNS "nasceu por imperativo de justiça" e que "não há SNS sem acesso universal e gratuito".
Para Ana Jorge, "aqueles que a coberto da livre escolha dizem também defender o SNS o que querem na realidade dizer é que o Estado deve desviar o dinheiro dos impostos para o financiamento dos estabelecimentos privados".
"Com isso, aquilo que conseguem é que haja menos recursos para investir no serviço público, e com isso que o serviço público se reduza aos mínimos", sustentou.
A ministra considerou ser "incompatível" ter um serviço público reduzido aos mínimos com uma sociedade "progressista e moderna".
"Não podemos pactuar com qualquer visão que pretende criar dois níveis de cuidados de saúde, os quais se aplicam consoante a condição económica social de quem os utiliza", frisou. (...)
“Assim se compreendem as pressões dos apoios a estas ideias, já expressas por agrupamentos do sector privado, alguns até instalados na proximidade do Dr. Pedro Passos Coelho. Quem assim pensa e procede não está do lado do SNS, está contra ele", alertou [Correia de Campos]. (...)
“O que propõe não é a modernização, mas a destruição dos princípios que geraram o SNS", concluiu. (...) in SIC
Bem vou ignorar as insinuações irresponsáveis de Correia de Campos. Fica o trecho para vossa conclusão.
Quanto à senhora Ministra, cuja ideologia respeito mas na qual não me revejo, respondo;
Não, não é verdade.
O Projecto de revisão constitucional diz, de forma a não deixar quaisquer dúvidas que no que toca à saúde não pode “em caso algum, o acesso ser recusado por insuficiência de meios económicos”. No actual sistema, a gratuitidade é ilusória. Na verdade, no total de despesas no consumo das famílias Portuguesas, em média, 8% é destinado a saúde, a taxa mais alta da Europa. Então, se o Serviço Nacional de Saúde é Gratuito ou tendencialmente Gratuito porque são os Portugueses os que mais dinheiro gastam em saúde? Ao actual Governo fica bem o dito popular “olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço…”.
E há que ser rigoroso quando se fala no acesso ao Serviço Nacional de Saúde. Como é, por exemplo, a experiência de ir ao dentista num hospital Público? Com ou sem recursos financeiros, não existe até à data esse serviço, ou seja: quem tem recursos paga e vai ao dentista privado. Quem não pode pagar simplesmente não vai ao dentista porque não existe esse Serviço no SNS. São desafios que têm de ter solução. O Projecto do PSD reforça o acesso dos Portugueses – de todos os Portugueses – à saúde, reforçando assim os seus direitos fundamentais. O PSD defende que um bem social tão importante como a Saúde seja universal e geral. O Estado deve garantir a todos os Portugueses o acesso a uma saúde de qualidade. Este serviço poderá pertencer à rede estatal, social, cooperativa ou privada, mas será sempre inserido numa rede de serviço público. Nesta rede, os cidadãos terão liberdade de escolher o serviço que melhor se adapta às suas necessidades ou especificidades.
Eu continuo por compreender a dificuldade de certas pessoas, especialmente companheiros, em atingir e encaixar esta proposta. Há um deserto de contrapropostas. Mas propaganda contra existe muita. A socialista é genial; o PSD é o bicho papão que vai fazer a terra engolir os pobres. No que toca aos laranjinhas, gostaria de ver mais responsabilidade na crítica e mais realidade na assunção daquilo que é proposto e concretização em contrapropostas! Não é difícil Veja-se o exemplo da plataforma Construir Ideias. Recordo-me de quem dizia que qualquer um organizava jantares e debates de ideias.
Ora pois muito bem, onde estão? :P