Grândola Vila Morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Nietzsche preconizava que Deus estava morto. Que nós o matámos.
O capitalismo está a morrer. E está a morrer às nossas mãos.
Já Marx preconizava que o fim do capitalismo seria com taxas. De facto, a ideia de taxar mais de acordo com o rendimento é directamente importada do Manifesto.
Mas não acham que estão a levar isto longe demais?
Pensem comigo: o capitalismo mal ou bem, faz a economia girar. Se somos mais taxados, se pagamos mais impostos, se somos obrigados a ir ao privado porque na verdade quase que pagamosn impostos para respirar, de que serve trabalhar mais?
É que já ouvi colegas meus a dizerem que vieram para Direito para ganharem dinheiro. Bem estúpidos são eles. No fundo, por mais que ganhem, metade do salário deles é taxado simplesmente por trabalharem, depois vem o IMI ou a renda, as contas da electricidade e da água com impostos, o preço da creche e do colégio privado (porque o público é só para os miseráveis - tipo eu já agora), do lar da sogra, do seguro de saúde que cubra as dores no dedo mindinho e já agora os impostos dos morfes, mais vale não serem ricos (!) e terão tudo à borla. (ou quase, a diferença também é pouca).
Toda a gente se esquece que a classe média, a burguesia, tem sido o motor dos Estados desde sempre, ou é só impressão minha?
Com impostos, taxas, emolumentos e whatever, que são alterados a uma velocidade luz e que cada vez mais pesam nos orçamentos dos portugueses, para que serve trabalhar?
Realmente estamos a matar o capitalismo. A matar a Economia.
Crise! Se estou em crise não vou ao cabeleireiro. Se o cabeleireiro não tem clientes, vai para o desemprego. Daí acontece uma das duas: ou se torna mais um peso morto para o Estado Social, ou faz biscates num país em que cada vez mais pessoas estão na mesma situação que ele. E aí?
Aí tem alguns trocos. Mas trocos para quê? Para comprar uns pães e leite e ocasionalmente um bifinho. O mercado pára porque não hám quem compre.
Ah sim. Também pode emigrar. E daqui a menos de 10 anos, a única população activa que temos no país são os ladrões e violadores.
Aparentemente andamos numa limpeza social. É que em Portugal andamos a exterminar os ricos. E os quase ricos também. Só que os quase ricos e alguns dos ricos (classe média) fazem o mundo girar. E assim pára tudo. E depois? É o Governo que vai alimentar a Economia ao comprar 10 mil toalhas? Ao oferecer ao povo vidro da Marinha Grande?
Ou a patrocinar a mudança de instalações das unidades fabris para a Roménia de forma a podermos comprar sapatos e roupa a 1€?
Olhem, eu quero ser pobre! A sério. Assim não tenho que fugir aos impostos, já que é o que este tipo de políticas incita.
Bem me parecia.
E que tal pararmos de brincar com impostos e com a vida das pessoas e deixarmos de lhes cobrar o ar que respiram? Era capaz de ser porreiro.
Se não acharem porreiro, bem, viva o RSI, o Subsídio de Desemprego e o Estado Social!!! (e já agora a livre circulação de bens, pessoas e capitais).