Um Mar de Oportunidades... não aproveitadas!
O Presidente da República já tinha alertado, aquando do discurso das comemorações do 25 de Abril deste ano:
"Portugal vive uma grave crise que é de todos conhecida. É nestas alturas que temos de ser capazes de abrir caminhos que levem o País a novas oportunidades. Irei referir dois deles: o mar e as indústrias criativas.
... Possuímos uma vasta linha de costa, beneficiamos da maior zona económica exclusiva da União Europeia. Poderemos ser uma porta por onde a Europa se abre ao Atlântico, se soubermos aproveitar as potencialidades desse imenso mar que se estende diante dos nossos olhos, mas que teimamos em não ver.
Como pode um país, projectado sobre o Oceano Atlântico, na encruzilhada de três continentes, ver-se a si próprio como periférico?
...Que justificação pode existir para que um país que dispõe de tão formidável recurso natural, como é o mar, não o explore em todas as suas vertentes, como o fazem os outros países costeiros da Europa?"
Hoje, o Presidente da República volta a chamar a atenção para este assunto, na sessão de abertura do "Congresso Portos e Transportes Marítimos", promovido pela Associação Comercial de Lisboa, no Centro de Congressos da FIL:
"Espanta muitos, dada a importância estratégica dos nossos portos, que possamos discutir meses e anos a fio o TGV ou o novo aeroporto de Lisboa sem que paremos um pouco para pensar nos portos do futuro.
... um país que não consegue explorar sustentavelmente os seus recursos naturais é um país que tem um futuro limitado e que se arrisca a acabar por ver esses recursos serem explorados por terceiros.
É este o papel que o Presidente da República deve ter: alertar, focar caminhos, apresentar oportunidades, não deixar descarrilar o país!
Como é possível que Portugal não aprofunde a sua relação com o mar:
- tendo uma ZEE dezoito vezes o tamanho da sua área continental;
- sendo que 70% da riqueza gerada no Mundo transita por mar;
- tendo oportunidade de aproveitar e potenciar o desenvolvimento de fontes marinhas de energia, de equipamentos para a exploração subaquática de alta tecnologia, de produtos vivos do mar para a biotecnologia ou das indústrias de equipamento;
- tendo em conta que gera um valor que é mais de três vezes inferior ao valor gerado pela Bélgica, um país que tem apenas 98 quilómetros de costa e gera, igualmente, três vezes menos emprego do que a Grécia.
O PSD podia e devia ser o baluarte desta aposta estratégica, mas até hoje...
O mar deve tornar-se uma verdadeira prioridade da agenda política nacional, para nosso bem e para o futuro do país!
É de facto um mar de oportunidades... mas têm sido todos os dias oportunidades desperdiçadas!