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PSICOLARANJA

O lado paranóico da política

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O lado paranóico da política

Se nada mais der certo

Rui C Pinto, 24.09.10

Se nada mais der certo é o título de um filme de 2008 realizado por José Eduardo Belmonte. Tendo como pano de fundo a sociedade "paulistana" retrata a fragilidade económica dos jovens numa classe média ainda por afirmar, que leva facilmente à exclusão e à criminalidade. Num país onde o muito pobre vive lado a lado com o muito rico, a moralidade facilmente se relativiza.

 

O Brasil vive um momento crucial mas parece já ter escolhido o caminho. Vai prosseguir uma trajectória de oito anos, que tem sucessos inequívocos, mas que tem também muitas fragilidades. Lula convenceu o Brasil de que sozinho pode fazer o caminho do progresso. Com a Bolsa Família subsidiou uma fatia substancial de brasileiros que assim criaram uma ilusão de classe média. Com base no consumo interno conseguiu galgar os dois dígitos de crescimento económico nos últimos oito anos. Conseguiu até reduzir a criminalidade com uma política pro-activa, especialmente junto das crianças das favelas. E esta política deu frutos eleitorais. Os números conseguem calar oito anos de sucessivos escândalos de corrupção. Apesar de tudo, o Brasil deu um salto impressionante. O ganho humano é brutal! Porém, foram lançadas sementes perigosas à terra. Se por um lado foi de devedor a credor do FMI, grande parte do investimento no país é público e a capacidade de financiamento garantida essencialmente pelo banco estatal BNDS, o que leva a que o investimento em infra estruturas para além de diminuto, comparativamente com outros países do BRIC, absorva grande parte das reservas federais. Acrescentar à fórmula as taxas de analfabetismo e o deficiente desenvolvimento tecnológico torna o cenário ainda mais cinzento.

 

Mas o pior da política de Lula é a política externa. Quando o país precisa de credibilidade internacional e uma imagem de estabilidade para captar investimento e, assim, libertar o investimento público para políticas de educação e saúde, Lula aparece ao lado de Ahmadinejad e Hugo Chavez, e vai ao beija mão a Cuba.

 

Na hora da despedida, Lula deixa um povo cheio de esperança, convencido de que é capaz do progresso sozinho, sem o FMI, sem os US, sem a Europa. Esperemos que trilhem o sucesso! Se nada mais der certo, é fácil prever o resultado.

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